Após a tendência conhecida como a “grande renúncia”, fenômeno que levou centenas de trabalhadores qualificados a pedir demissão, o comportamento das pessoas no ambiente profissional sofreu diversas mudanças. Outra onda foi o “quiet quitting”, em que profissionais defendiam limites bem estabelecidos entre trabalho e vida pessoal, correspondendo às obrigações, mas não fazendo mais ou menos do que o acordado no contrato.

Agora, uma nova tendência que já está impactando o mercado de trabalho norte-americano é o “grumpy staying”, que, em tradução literal, significa algo como “ficando, mas de mau humor”. A expressão está sendo utilizada para designar um novo movimento de profissionais descontentes com as suas funções que, no entanto, permanecem em seus empregos, ainda que contrariados.

Esse movimento de mercado pode chegar no Brasil e um estudo da Robert Half, dividido em dois levantamentos, já mostram seus indícios. No primeiro levantamento, com 1.755 votos, o estudo mostra que 91% dos entrevistados já permaneceram em algum emprego mesmo se sentindo insatisfeitos.

O outro questionamento, com 1.302 participações, mapeou os fatores que podem levar profissionais a essa situação. Entre as causas, se destacam:

-Não achar novas oportunidades: 42%
-Incerteza nos rumos do mercado: 21%
-Medo de mudanças: 19%
-Estabilidade do emprego: 19%

Essas ondas representam uma resposta dos profissionais a anos intensos de trabalho em meio a um contexto de forte desgaste psicológico, afirma Lucas Nogueira, diretor regional da Robert Half. “Independentemente das motivações, hoje os profissionais estão mais propensos a tomar consciência dos próprios descontentamentos com relação ao trabalho. Em cenários como esse, aplicar uma gestão próxima, empática, que inspire confiança, é fundamental. É preciso ter em mente que o que estimula as pessoas a ser a melhor versão de si é uma combinação cuidadosa de liderança e gestão.”

Fonte: exame.