Imagem: Escritor Gabriel Elias, Olympuz/Divulgação

“Poesia é construção. Sentimento importa, a meu ver, sim, mas é preciso saber domar as palavras para que elas trabalhem ao nosso favor, e não nós a favor delas”, nos fala o poeta Gabriel Elias Josende, que agora adota como nome artístico Olympuz. O artista, também, estreia  sua mais nova obra chamada “Nas Asas de Ícaro”, a partir do dia 11 de março, às 14h, na Biblioteca Pública Castro Alves de Bento Gonçalves. A edição está sendo lançada de forma independente e pode ser adquirida no site do autor.

Após lançar “Três Quintos”, em 2018, por meio do Fundo Municipal de Cultura, Olympuz começou a trilhar um caminho próprio que o projetou para a cena literária municipal, regional e estadual. De cunho autoral, o poeta visitava diversos momentos de sua vida trazendo para a superfície temas LGBTQIAP+.

De lá para cá, a trajetória espelhou um reconhecimento entre artistas com destaque como Giulia Be, cantora, atriz e compositora de projeção internacional. Outro renomado a receber foi Zack Magiezi, que foi patrono da última Feira do Livro. Além disso, “Três quintos” foi relançado durante o Festival de Cinema de Gramado, em 2019. E no ínterim entre os dois livros participou das coletâneas “Mil almas, mil obras” (uma antologia chilena) e  “Poesia minimalista”.

Agora seus versos voltam-se para um desejo de aliar a mitologia grega e o Universo, a sua poesia, com a temática LGBTQIAP+.

“Eu decidi seguir uma linha e criar a minha identidade enquanto poeta, e adotei essas duas temáticas para nortearem meus escritos. Os mitos e o Cosmos coincidem em determinado ponto – quando, por exemplo, as divindades gregas nomeiam planetas e outros corpos celestes. Essa minha aproximação a essas temáticas, especialmente em vista da minha fé incomum (sou helenista), foi o que me levou a escrever este novo livro e a trazer novamente a temática LGBTQIAP+ na figura de um ‘semideus’”.

Entre os dois títulos há um diálogo. A temática grega já vinha aparecendo aos poucos em “Três Quintos”. E agora a imersão foi total, trabalhando em uma seara mais complexa e completa. “Este livro traz referências intertextuais a ‘Três Quintos’, mas só até certo ponto. É uma obra completamente diferente, de estética literária muita mais trabalhada, e outras temáticas para muito além do amor, como a fé, a amizade, a solidão e até mesmo a síndrome do pânico”.

E o nome Olympuz traz uma profunda ligação ao Olimpo e aos novos estudos que estão acompanhando o seu dia a dia. Ele reflete sobre sua trajetória na literatura e de como esta está vinculada ao Fundo Municipal de Cultura. “A literatura mudou minha vida. E se eu me lancei no mercado, foi graças ao Fundo Municipal de Cultura. Eu me sinto muito honrado em dizer que foi onde tudo começou. Sou muito grato ao Fundo, à Fundação Casas das Artes, à Prefeitura, Secretaria da Cultura e a todos os órgãos públicos da cidade responsáveis por fomentar a cultura no município. Novos caminhos se abriram diante de mim, para que eu pudesse segui-los. E isso só foi possível graças à publicação de ‘Três Quintos’.

Imagem: Capa do livro Nas Asas de Ícaro/Divulgação

Serviço
“Nas Asas de Ícaro” – Autoria: Olympuz
O que: lançamento do livro “Nas asas de Ícaro”, de Olympuz
Quando: 11 de março
Horário: a partir das 14h
Onde: Biblioteca Pública Castro Alves – Rua Barão do Rio Branco, 123 – Bairro Centro