Tendo como tema central questões sociais e direito à moradia, a peça teatral “A Casa” está sendo produzida por uma equipe de artistas de Montenegro, Porto Alegre e Bento Gonçalves, e tem estreia prevista para este mês de setembro.

Aprovado pelo Edital Sedac nº 16/2021 FAC das Artes de Espetáculo, o projeto contará, inicialmente, com seis apresentações; o intuito do projeto é levar a peça a lugares onde o debate sobre questões de moradia seja foco. Exemplo disso são as apresentações que acontecerão na Casa de Acolhimento Construindo Igualdade, em Caxias do Sul, local que recebe pessoas trans e travestis em situação de vulnerabilidade, e na Casa Mulheres Mirabal, em Porto Alegre, local de acolhimento de mulheres em situação de violência.

Dentro da programação está prevista uma apresentação aberta ao público no dia 17 de setembro na Ocupação Mulheres Mirabal, em Porto Alegre, e no dia 22 de setembro, na Praça CEU, em Bento Gonçalves/RS, às 14h30.

Além de levantar questionamentos, o projeto busca abrir janelas de diálogo acerca do assunto com momentos onde a equipe – composta majoritariamente por mulheres cis e pessoas dissidentes de gênero – conversa a respeito do conteúdo da peça com o público, que compartilha suas vivências. A peça conta com direção de Nina Picoli, atuação de Janaína Kremer e produção de Lau Graef. A dramaturgia foi criada pela escritora Angélica Freitas, em parceria com a diretora e a atriz. A trilha original foi composta por Isabel Nogueira e Ber Kroeff. Operação de luz por Iassanã Martins e Vigo Cigolini. E, em parceria com a cineasta Mirela Kruel, será criado um registro audiovisual da peça.

A peça é um monólogo idealizado por Nina Picoli e Janaína Kremer, que ao estruturarem o projeto optaram por pesquisar a casa enquanto um espaço complexo – onde privilégios, violências e histórias circulam em torno de uma estrutura imóvel. A peça busca pensar o significado e a importância de uma casa, entender a quem o direito de moradia se estende e perceber como questões de gênero se atravessam na propriedade privada. Além disso, propor pensar e imaginar outras moradias possíveis é um dos objetivos do projeto.

Segundo pesquisas realizadas em 2021, o Brasil tem um déficit habitacional de 6 milhões de moradias e cerca de 25 milhões de residências inadequadas. Em junho de 2023, pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a cada 100 domicílios particulares no Brasil, 13 estão vagos. Ao todo, o IBGE contou 11,4 milhões de casas e apartamentos vazios no país. Em comparação ao censo anterior, a proporção aumentou: em 2010 eram 9 a cada 100.

Sinopse de “A Casa”
Uma mulher, uma casa, uma mulher em um espaço que talvez seja uma casa, uma mulher sozinha nas casas que ela pode inventar para si, uma casa e uma mulher dentro, quem está dentro de quem? Que espaço delimita a solidão? Quem se move? Quem é movido? O que é imóvel?
Tempo aproximado: 50 minutos
Classificação indicativa: 14 anos

Imagem: Divulgação

Sobre as pessoas idealizadoras do projeto:

Nina Picoli
Atriz, diretora, produtora cultural e professora de Teatro. Mestra em Artes Cênicas pela UFRGS. Integrante do Coletivo Errática- POA/RS desde 2014. Desenvolve pesquisa continuada sobre a máscara da bufona desde 2015.

Janaína Kremer
Atriz desde 1998, com diversos trabalhos no teatro e audiovisual brasileiros. É professora de teatro, mestra em Educação pela Ufrgs. Também é mãe, filha e dona de casa.

Lau Graef
Graduando em Artes Visuais na UERGS Montenegro, pesquisa questões que permeiam gênero e imagem. Desenvolve diversas funções no audiovisual, tendo atuado como co-diretor e co-produtor de “Intransitivo: um documentário sobre narrativas trans” (2021); como diretor, roteirista e produtor de “memória_04” (2022); como co-roteira e co-diretor do documentário “3ª do H” (2016); como produtor e assistente de direção de “217” (em desenvolvimento), entre outros. Além disso, é editor/montador de vídeos na TV Cultura do Vale.

FICHA TÉCNICA
Direção e concepção: Nina Picoli
Atuação e concepção: Janaina Kremer
Dramaturgia: Angélica Freitas
Cenografia: Valéria Verba
Figurino: Rosângela Cortinhas
Criação de luz: Iassanã Martins
Operação de luz: Vigo Cigolini
Composição musical: Isabel Nogueira e Ber Kroeff
Direção de produção: Lau Graef
Produção cultural: Pedro Festa
Assistência de produção: Rogério Rodrigues
Auxiliar de produção: Zuri Damasceno e Gustavo Deon
Coordenação de criação e mídias: Luka Machado
Mídia e assistência de criação: Tati Ribeiro
Registro audiovisual: Mirela Kruel
Direção de fotografia do registro audiovisual: Pedro Clezar
Som direto do registro audiovisual: Diego Bertini
Montagem do registro audiovisual: Lau Graef e Mauss
Produção do Filó: Fernanda Hilgert e Sheila Eunice

Mais informações podem ser obridas no site e no instagram do projeto.