Imagem: Crédito Daniela Radavelli

Sempre há motivos para comemorar com um espumante brasileiro. Referendada pelos prêmios internacionais, bebida tem o 22 de outubro como data para celebrar a qualidade do vinho borbulhante elaborado no Brasil.

Nenhuma bebida simboliza tanto o prazer de celebrar quanto o espumante. Pudera. Há séculos, o hábito de erguer uma taça borbulhante para comemorar alguma conquista faz parte das nossas tradições. O costume teria se iniciado nas festas promovidas pela realeza europeia, mas outros atores também fizeram esse hábito se tornar popular no mundo inteiro. Um deles foi o estadista francês Napoleão Bonaparte, que comemorava suas vitórias abrindo garrafas da borbulhante bebida, algo que, inclusive, ele não dispensava nem mesmo nas derrotas.

Ele tinha razão. Na verdade, não é preciso um motivo para abrir um espumante. Basta abri-lo. E degustá-lo curtindo os pequenos prazeres da vida, como um fim de tarde com os amigos, uma promoção no emprego, uma viagem simples de fim de semana ou, ainda, datas como o dia 22 de outubro, quando se comemora o Dia do Espumante Brasileiro.

O brasileiro tem apreciado cada vez mais a bebida. Segundo a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), as vinícolas brasileiras comercializaram durante o ano passado 30,3 milhões de litros de espumante. O volume é cerca de 40% maior do que o atingido em 2020. A qualidade, já reconhecida e referendada nos mais diversos concursos mundo afora, traz efeitos também econômicos, com o crescimento de vendas no mercado internacional. As exportações do espumante nacional subiu acima de 20% na relação de 2020 para 2021, se aproximando do 1 milhão de litros comercializados.

De fato, o espumante é um grande representante da qualidade dos vinhos produzidos no Novo Mundo, especialmente o Brasil. O Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 90% da produção no país, e vem de Garibaldi – berço nacional da bebida – um dos representantes mais destacados nesse segmento.

A Cooperativa Vinícola Garibaldi conquistou, no ano passado, quase 100 premiações internacionais, grande parte delas oriundas de seus espumantes. A bebida representou 41% do total do faturamento da vinícola no ano passado, com as vendas de espumante também registrando crescimento. O incremento em relação a 2020 foi de 27,6%, com o envio de 5 milhões de garrafas a mercados, lojas especializadas e outros tipos de comércio.

Vários são os fatores responsáveis por tais marcas. A adaptação das uvas utilizadas na elaboração dos espumantes – Chardonnay, Prosecco, Moscato entre outras – ao terroir da Serra gaúcha é um deles. “A amplitude térmica, com noites frias e dias quentes, favorecem a maturação lenta das uvas, formando açúcares e degradando os ácidos aos poucos”, diz o enólogo-chefe da vinícola, Ricardo Morari. Pesquisa e inovação também entram nessa equação, a fim de buscar as melhores técnicas de manejo e cultivo, além do investimento em infraestrutura. “Esses fatores facilitam uma qualidade consistente nessa elaboração da bebida. Independente da safra a gente consegue ter uma qualidade muito regular, muito mais sólida”, complementa.

Por essas e tantas outras, abrir um espumante – brasileiro – sempre será uma boa pedida.