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No Viva com Saúde de hoje vamos falar sobre desodorantes.

Nos últimos anos, tem crescido no mercado a oferta de desodorantes naturais que prometem ser menos agressivos na pele, sem álcool ou alumínio —substância considerada prejudicial por bloquear os poros e supostamente ligada a doenças como o câncer de mama.

Esses produtos podem custar até quatro vezes mais que um desodorante ou antitranspirante tradicional, gerando dúvidas sobre o custo benefício de trocá-los na rotina de cuidados pessoais.

A BBC conversou com o dermatologista Adil Sheraz e com Barbara Olioso, química especializada na composição de produtos naturais, para entender o que é ciência por trás dessas afirmações e o que é marketing.

A transpiração é o mecanismo que regula a temperatura do nosso corpo. O suor libera fluidos, basicamente água com eletrólitos e sal. Quando o corpo esquenta, liberamos esse fluido na superfície da pele, evaporando no ar e reduzindo a temperatura corporal.

Não é a transpiração em si que gera o odor, mas sim a interação do suor com as bactérias que vivem na pele. Além de servir para regular a temperatura do corpo, o suor também ocorre em situações que causam estresse, nervosismo ou ansiedade.

 

Para evitar o mau odor, geralmente são utilizados três tipos de produtos: desodorantes, antitranspirantes e desodorantes naturais. Os desodorantes reduzem o odor matando bactérias ou mascarando o odor que geram, mas não têm impacto na quantidade de suor que uma pessoa produz.

Os naturais costumam ser feitos a partir de uma mistura de produtos antibacterianos naturais, como extrato de sálvia ou derivados de zinco, com ingredientes absorventes de suor, como vários tipos de amidos, e bicarbonato de sódio.

Ao contrário desses últimos, os antitranspirantes —predominantemente baseados em compostos de alumínio— formam uma cobertura temporária nos canais de suor e interrompem o seu fluxo para a superfície da pele.

Sobre os antitranspirantes, especialistas afirmam que se pensarmos na quantidade de glândulas sudoríparas que temos, as das axilas representam apenas entre 1% e 2% do total. Portanto, bloquear esses poros com alumínio não terá efeito prejudicial no suor que você produz.

Antitranspirantes podem causar irritação na pele das axilas, por causa das demais substâncias químicas que eles contêm. Mas isso, ressaltam dermatologistas, se deve ao uso incorreto do produto. A melhor forma de usar um produto que contenha alumínio é garantir que as axilas estejam completamente secas. Se estiverem molhadas, o cloreto de alumínio reagirá com a água e produzirá ácido clorídrico que irritará a pele. Por esse motivo, é recomendado aplicar antitranspirante à noite e lavar as axilas na manhã seguinte.

No fim das contas, a melhor opção é uma questão de preferência.

Se o desempenho e a proteção a longo prazo são fundamentais para você, escolha um antitranspirante. Se você tem um estilo de consumo mais ecológico e não se importa com um desempenho mais fraco e mais duradouro, opte por um natural.