A corrida espacial nas camadas mais altas da atmosfera, iniciada em Cabo Canaveral, na Flórida, em 17 de fevereiro de 2023, tem levantado preocupações ambientais devido ao aumento significativo no número de lançamentos de foguetes. Com empresas como a SpaceX, Amazon e Eutelsat OneWeb contribuindo para a construção de megaconstelações de satélites, a quantidade crescente de emissões de gases provenientes desses lançamentos preocupa cientistas e especialistas.

Durante um dos recentes lançamentos da SpaceX, um piloto de pesquisa da Nasa, Thomas Parent, embarcou em um jato WB-57 para estudar os efeitos ambientais gerados pelos foguetes. A coleta de dados visava entender melhor como a pluma, ou seja, a fumaça do foguete, afeta a atmosfera. Com a expectativa de que o número de satélites em órbita alcance até um milhão de unidades, a indústria espacial enfrenta desafios ambientais significativos.

A comunidade científica destaca a falta de regulamentações específicas relacionadas à poluição causada pelos lançamentos espaciais. Embora representantes de algumas empresas, como Amazon e Eutelsat OneWeb, afirmem compromisso com operações sustentáveis, cientistas alertam sobre os potenciais impactos da poluição nas camadas superiores da atmosfera.

O uso de combustíveis e materiais nos foguetes também está sob escrutínio, especialmente devido à emissão de carbono negro, que pode ter efeitos semelhantes a uma erupção vulcânica contínua, afetando a camada de ozônio e, consequentemente, o clima na Terra.

Apesar do reconhecimento da importância dos serviços prestados pelos satélites, os cientistas pedem regulamentações que levem em consideração as implicações ambientais. Até o momento, as agências reguladoras não abordaram efetivamente a questão da poluição causada pelos lançamentos espaciais. Especialistas alertam que o setor espacial precisa encontrar maneiras de equilibrar seu crescimento com práticas sustentáveis, evitando impactos irreversíveis na atmosfera terrestre.
Fonte: The New York Times / R7