Já sentiu o peito doer ao ouvir uma música triste ou muito profunda? Isso tem uma explicação. Um estudo acaba de mapear onde, exatamente, experimentamos essas sensações no corpo ao ouvir diferentes tipos de música.

Os pesquisadores descobriram que as respostas induzidas pela música, sejam elas arrepios ou aumento da frequência cardíaca, variam dependendo do humor da batida. Como já era de se imaginar, canções tristes evocam uma resposta no coração e na boca do estômago. Enquanto isso, músicas agressivas podem deixar a cabeça quente.

Para o novo estudo, a equipe recrutou 2.000 participantes – metade dos quais eram da Europa ou da América do Norte e metade da China. Os participantes precisavam ouvir trechos de 36 músicas ocidentais e 36 músicas do Leste Asiático. As músicas pertenciam a seis categorias definidas em parte por um conjunto separado de participantes: alegre, triste, assustadora, terna, agressiva e dançante/groovy.

Os participantes viam silhuetas de corpos humanos e precisavam indicar qual região do corpo eles achavam que seria ativada em resposta a diferentes estilos de música. Os resultados revelaram que os diferentes estilos musicais causavam sensações corporais muito diferentes.

Canções tristes ou ternas provocavam sensações na cabeça, no peito e na boca do estômago, enquanto músicas assustadoras ou agressivas mexiam principalmente com a cabeça. Enquanto isso, canções alegres e dançantes eram sentidas principalmente na cabeça e nos pés.

Emoções além das fronteiras
Os pesquisadores também descobriram que as emoções induzidas pela música eram semelhantes entre os ouvintes ocidentais e asiáticos.

Isso sugere que as reações provavelmente ocorrem independentemente da cultura e da aprendizagem e são, em vez disso, baseadas na biologia e no instinto, como acontece com o desejo de nos levantarmos e dançarmos quando ouvimos uma música animada.

A influência da música no corpo é universal”, disse em comunicado o neurocientista Lauri Nummenmaa, coautor de um novo estudo sobre as descobertas publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Essa universalidade, dizem os cientistas, pode ter evoluído para melhorar a interação social humana.

Fonte: Catraca Livre