Imagem: Miolo Vinhas Velhas/Divulgação

O Miolo Vinhas Velhas Tannat 2020, filho da terra, do tempo e do homem, cruzou as fronteiras brasileiras para ser reconhecido por um júri internacional formado por representantes da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) e de técnicos das Associações de Enólogos da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Peru e Uruguai. Reunidos em Punta Del Este de 18 a 21 de outubro, durante a 8ª edição do Concurso Internacional Tannat al Mundo Terruño de Oro, eles degustaram às cegas e conferiram Medalha de Ouro para o vinho que integra a Coleção dos Sete Lendários – The Seven Legendaries of Miolo.

Organizado pela Associação de Enólogos do Uruguai, o concurso contou com a patronagem da OIV e do Instituto Nacional de Vitivinicultura (Inavi), reunindo 167 amostras de 55 vinícolas da Argentina, Bolívia, Brasil e Uruguai. “Receber Medalha de Ouro para o nosso Miolo Vinhas Velhas Tannat 2020 justamente no país onde o Tannat é emblemático, é um reconhecimento que vai além do nosso horizonte e mostra ao mundo que cada terroir precisa ser compreendido para entregar o que ele melhor produz. Estamos muito felizes e orgulhosos”, destaca Adriano

Este vinho nasceu de vinhas com 46 anos. O vinhedo de uvas finas é o mais antigo do Brasil, um patrimônio que já se transformou em milhões de litros de vinho e que segue sua jornada atravessando o tempo, desafiando o homem com a bênção da terra. Aprendendo com o terroir da Campanha Central, em Santana do Livramento, a Miolo aprimorou sua habilidade e gerou ali um vinho que retrata a cultura de vinhas velhas da Europa. O solo areno-argiloso de topografia plana com leves ondulações e um clima quente e sub úmido com longas horas de sol é o ambiente perfeito para o cultivo da Tannat que, conduzida em espaldeira se sobressai, elevando o DNA da região para este tipo de casta na região. Assim, a planta concentra açúcares e matéria corante, elevando a carga tânica. A colheita é manual e seletiva com controle de produção de 1 quilo por planta, chegando a 3 toneladas por hectare.

O processo de elaboração deste vinho inicia pela seleção dos cachos, que são desengaçados sem esmagamento. A maceração pré-fermentativa a frio leva uma semana. Já a fermentação alcoólica e maceração são feitas a uma temperatura controlada de 25°C, com gestão da extração fenólica, pigeages e delestages. Para maior extração tânica, a maceração pós-fermentativa dura, em média, de 10 a 15 dias, com longo período de cuvaison (40 dias). Após o descube por gravidade e separação do vinho flor do vinho na prensa, o amadurecimento é feito em barricas novas de carvalho francês por 12 meses, potencializando os atributos da cepa. Persistente, como a casta se comporta, este vinho é robusto e pujante, com alta capacidade de guarda.

“O vinhedo é a nossa fortaleza e este vinho retrata muito bem a excelente adaptação da casta Tannat na Campanha Central, onde ela se revela em sua plenitude. A possibilidade de fazer um vinhas velhas nos moldes europeus nos enche de orgulho. É a materialização de toda nossa tradição no manejo de vinhedos e em extrair o melhor de cada terroir”, celebra o enólogo Adriano Miolo, Diretor Superintendente da vinícola.

O vinho
Límpido e brilhante, este vinho apresenta intensa coloração vermelho profundo, com forte reflexos violáceos e densas lágrimas. Seus aromas densos vão do chocolate ao tostado, perfeitamente integrado com aromas de frutas vermelhas maduras que lembram geleias. De corpo intenso e potente, e taninos maduros e envolventes, traz larguíssima persistência gustativa. Ideal ser degustado com temperatura entre 16ºC e 18ºC.

Pratos requintados a base de cordeiro, carneiro ou carnes de caça, por exemplo, harmonizam muito bem com este vinho, além do tradicional churrasco gaúcho e ossobuco. Queijos maduros de massa dura, como parmesão, pecorino e grana padano são boas dicas.

Fonte: ConceitoCom