No Viva com Saúde de hoje vamos falar sobre o consumo do açúcar na primeira infância.
A introdução alimentar aos bebês começa após os seis meses de idade e alimentos ricos em açúcares não devem ser ofertados até, pelo menos, os 2 anos, de acordo com entidades médicas e o próprio Ministério da Saúde.
Contrariar essa diretriz pode provocar danos a longo prazo na saúde dos pequenos, tanto por favorecer o surgimento precoce de doenças quanto por virar motivo para uma recusa aos alimentos mais saudáveis. Além do risco de surgimento de problemas de saúde, quanto antes se inicia o consumo de açúcar, maiores as chances de se desenvolver um paladar excessivamente voltado ao doce, cultivando uma preferência aos alimentos ultraprocessados.
Segundo o “Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos”, do Ministério da Saúde, os açúcares, melado, rapadura e mel não devem ser oferecidos para crianças menores de 2 anos. Os adoçantes também não são recomendados.
O Guia explica que o consumo precoce de açúcar aumenta a chance de ganho de peso excessivo durante a infância e, consequentemente, o desenvolvimento de obesidade e outras doenças na vida adulta; pode provocar placa bacteriana entre os dentes e cárie;
pode fazer que a criança tenha dificuldade em aceitar verduras, legumes e outros alimentos saudáveis.
De acordo com os especialistas, os resultados negativos não demoram a aparecer após o consumo precoce de açúcares. Atualmente, é comum encontrar crianças com doenças crônicas típicas de adultos, fruto de uma dieta inadequada. Entre elas, diabetes, hipertensão e obesidade são as enfermidades frequentemente associadas com esse tipo de dieta. Além dos danos óbvios ao organismo, afetam também o desenvolvimento físico e mental, tornando as crianças vulneráveis à depressão e ao isolamento social.
No Guia Alimentar, divulgado pela pasta em 2021, é reforçado ainda que também não devem ser oferecidas preparações que contenham o ingrediente, como bolos, biscoitos, doces e geleias.
O Atlas Mundial da Obesidade aponta que, em 2030, o Brasil deve estar na quinta posição do ranking com o maior número de crianças e adolescentes com obesidade do mundo. Dados do Ministério da Saúde demonstram que, hoje, a cada dez crianças de 5 a 9 anos, três estão acima do peso.
A alimentação ideal para os pequenos envolve frutas, legumes e vegetais oferecidos in natura, ou seja, aqueles obtidos diretamente de plantas ou de animais, sem sofrer qualquer alteração em sua composição.