No Viva com Saúde de hoje vamos falar sobre o chocolate amargo.

Uma das principais dificuldades enfrentadas pelo tabagista que busca largar o cigarro é superar o período de abstinência, que geralmente dura de duas a três semanas. A fissura é manifestada por sensações de desconforto, angústia e um desejo intenso de fumar novamente. Diversas estratégias são empregadas para auxiliar o fumante a atravessar esse período sem desistir. Um estudo da Universidade Federal Fluminense (UFF), conduzido no Brasil, revela que o chocolate amargo pode ser uma alternativa para ajudar aqueles que desejam abandonar o vício.

Os resultados da pesquisa indicam que o consumo diário de uma porção de 40 gramas de chocolate amargo (com 70% de cacau) contribuiu para a diminuição da fissura em fumantes que estavam em tratamento. E importante: sem afetar as medidas corporais dos pacientes.

O medo de ganhar peso é justamente uma das razões que levam as pessoas a relutarem em parar de fumar. Segundo a nutricionista Aline Silva de Aguiar, especialista em dependência química e responsável pelo estudo, isso ocorre porque os fumantes desenvolvem uma seletividade alimentar devido à ação da nicotina, que acelera o metabolismo e interfere nas papilas gustativas da língua, reduzindo a sensação de sabor dos alimentos para o tabagista.

A pesquisa foi realizada por nutricionistas do Grupo de Pesquisa em Nutrição Translacional da UFF. Durante um mês, eles realizaram um estudo de intervenção clínica com 47 fumantes portadores de comorbidades crônicas (entre elas, diabetes e hipertensão).

Os tabagistas que participaram do estudo de intervenção foram divididos em dois grupos: um deles recebia 40 gramas de chocolate amargo para consumir ao longo da semana, além de receber orientação nutricional para cessação do tabagismo ministrada pelos nutricionistas. Já o outro grupo, o controle, recebia apenas a orientação nutricional.

Toda semana, os voluntários respondiam a um questionário sobre a fissura quando retornavam para o atendimento na unidade. Ao final deste período, ao analisar as respostas, os pesquisadores concluíram que o grupo que consumiu chocolate relatou menos episódios de fissura e menor desejo de fumar em comparação ao grupo que recebeu apenas intervenção comportamental. Além disso, quando comparado com o mix de frutas secas, o chocolate também apresentou resultados superiores.

O cacau apresenta uma grande quantidade de compostos que impactam nos processos cognitivos e alterações de humor, além de oferecer atividade antioxidante e anti-inflamatória. O consumo de cacau contribui para a redução do estresse, auxiliando na minimização dos sintomas associados à ansiedade e alterações de humor. A escolha do chocolate amargo (70%) ocorreu precisamente devido à sua maior concentração de cacau, o que se traduz em mais efeitos benéficos.

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