No Viva com Saúde de hoje vamos falar sobre o veneno de aranha que inspira fórmula de gel contra impotência sexual
Ela mede cerca de 15 centímetros, tem oito patas peludas, e seu veneno é mortal: à primeira vista, a aranha-armadeira não parece ser a melhor amiga do homem. Mas cientistas brasileiros se inspiraram em seu veneno para desenvolver uma molécula sintética que combate a disfunção erétil.
O veneno só foi usado para conhecer as propriedades da molécula. No laboratório, cientistas criaram uma molécula mais simples e bem menos tóxica, detalha a pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais, Maria Elena de Lima, que estudou o veneno a partir de amostras.
A substância está na segunda das três fases de teste necessárias para ser submetida à aprovação das autoridades sanitárias. Uma espécie de pomada que deve ser aplicada no pênis quando se deseja uma ereção, os efeitos são sentidos em questão de minutos, garante a pesquisadora. Segundo ela, essa pesquisa também pode ser útil no combate ao câncer de próstata, pois há uma grande resistência dos homens em fazer a cirurgia radical de próstata, por exemplo em caso de câncer, porque isso leva à disfunção erétil.
Aqui entra a molécula inspirada no veneno da aranha-armadeira. Ela ativa a produção de óxido nítrico, essencial para a ereção, pois promove a vasodilatação dos vasos sanguíneos. Essa molécula pode ser produzida pelos nervos, mas também por outras células, nas quais o gel age.
A segunda das três fases de testes necessárias para a aprovação pelas autoridades sanitárias deve começar em breve. Ela servirá para medir os efeitos em pacientes que passaram por uma prostatectomia e outros voluntários.
É uma pesquisa baseada na nossa biodiversidade, que tem que ser valorizada, segundo a pesquisadora. É um apelo para que as pessoas não destruam os animais, mesmo os venenosos, porque ali tem uma verdadeira biblioteca de moléculas que ainda são desconhecidas.