No Viva com Saúde de hoje vamos falar sobre a pré-eclâmpsia, complicação pouco falada da gravidez.
A pré-eclâmpsia é uma das principais causas de mortalidade materna em todo o mundo. Ela é caracterizada por pressão alta durante a gravidez, algo que as mulheres geralmente não conseguem sentir.
“Você pode ter [pressão alta] e não perceber”, disse Joyce Browne, professora de saúde global e epidemiologia na UMC Utrecht, na Holanda. Se conseguir perceber, poderá notar sintomas ou “uma sensação geral de não estar se sentindo bem”, afirmou.
A incidência da pré-eclâmpsia varia de país para país. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as taxas são cerca de sete vezes mais altas nos países em desenvolvimento do que nos desenvolvidos. Globalmente, ela causa cerca de 12% das mortes maternas por ano.
A saúde materna é um indicador de como um sistema de saúde funciona e o quanto priorizamos a saúde das mulheres. A maioria das mulheres é saudável quando inicia a gravidez. Mas pode haver complicações que exigem atendimento rápido e de boa qualidade. E se você não tiver acesso a esse atendimento rápido e de boa qualidade, [isso pode significar] resultados adversos, e os resultados adversos podem ser literalmente letais.
Especialistas analisam a mortalidade materna por meio de algo chamado modelo dos “três atrasos”. O primeiro atraso ocorre por parte da própria mulher –ela não acha que sua dor é grave o suficiente para justificar atenção médica e a ignora. O segundo atraso é logístico –as barreiras que uma mulher pode enfrentar ao tentar chegar a um posto de saúde. Essas barreiras são piores em vilarejos remotos, onde as mulheres podem morar a horas de distância de um posto de saúde. O terceiro atraso é a qualidade do atendimento quando a mulher chega ao hospital.
Cada mulher e sua gravidez são individuais e únicas. Os especialistas afirmam que o cuidado na gravidez não se resume ao parto ou a uma emergência. Os cuidados devem começar desde o início.