No Viva com Saúde de hoje vamos falar sobre a hipertensão e o tabagismo.
Que fumar faz mal à saúde não é novidade para ninguém. O tabagismo é uma doença crônica associada ao aumento de risco de uma série de outras doenças, entre elas, as cardiovasculares. Vários estudos demonstram que os fumantes hipertensos possuem pior prognóstico cardiovascular, mesmo quando tratados com medicamentos para a hipertensão.
A novidade é que um estudo realizado no Instituto do Coração mostrou que parar de fumar reduz a pressão arterial de fumantes hipertensos em apenas 12 semanas, mesmo entre aqueles que usam remédios para hipertensão. Cerca de 40% dos pacientes do ambulatório [de cessação do tabagismo possuem comorbidades, entre elas, a hipertensão. Esse estudo constatou o que os especilistas viam na prática clínica, que eram pacientes hipertensos diminuindo a necessidade do uso do remédio porque pararam de fumar e alcançaram a meta do controle da pressão.
O estudo reuniu 361 participantes que faziam tratamento para parar de fumar no hospital – entre eles, 113 eram fumantes com hipertensão que tomavam remédio para controle da pressão arterial. O grupo foi dividido para que cada um recebesse medicações distintas. Os pacientes fizeram seis visitas ao ambulatório e os níveis pressóricos foram medidos no primeiro dia, após quatro e 12 semanas de tratamento.
Do grupo de pacientes fumantes hipertensos, 72 pessoas pararam de fumar e outros 41 não pararam, mas reduziram o consumo. Após o período de três meses, os níveis pressóricos reduziram entre aqueles que pararam de fumar.
O tabagismo não é uma causa direta da hipertensão arterial, mas fumar é um fator de agravo na pressão arterial, o que faz com que esse público possua pior evolução no tratamento das doenças cardiovasculares. A relação entre fumar e o aumento da pressão envolve uma complexa interação entre fatores hemodinâmicos e sistema nervoso autônomo. De forma resumida, a nicotina presente no cigarro gera uma ativação do sistema nervoso simpático e aumenta a frequência cardíaca, a pressão arterial e, ao mesmo tempo, reduz a oferta de oxigênio aos vasos e ao coração.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 8 milhões de pessoas morrem todos os anos em consequência do tabagismo. No Brasil, mais de 440 pessoas morrem a cada dia por doenças associadas ao cigarro, segundo dados do Ministério da Saúde.