No Viva com Saúde de hoje vamos falar sobre a qualidade do sono.
Como já diziam nossas avós, nada como uma boa noite de sono. Mas o que é dormir bem? E qual o impacto do sono no processo de envelhecimento? Em pesquisas, especialistas investigaram a associação entre distúrbios do sono e desempenho cognitivo de adultos e idosos. E os resultados sugerem que tanto dormir pouco quanto dormir muito são prejudiciais para funções cognitivas como memória, fluência verbal, funcionamento executivo, além da cognição global.
O ritmo acelerado e globalizado da sociedade atual pode implicar em mudanças comportamentais e sociais que acabam afetando o sono. A busca desenfreada por tempo acelera o ritmo de vida implicando em mudanças em várias dimensões do cotidiano, inclusive na disponibilidade para dormir.
Essa aceleração social pode ser impulsionada por diversos fatores, como avanços tecnológicos, globalização, mudanças culturais e subjetivas. E isso implica na constante busca por fazer cada vez mais atividades em menos tempo, sugerindo um traço constitutivo da modernização. Com isso, as pessoas adotam estilos de vida mais agitados, com atividades laborais mais prolongadas, além de conectividade permanente.
Essas características da atual vida social podem gerar dificuldades para se desligar ou relaxar, que afetam negativamente o sono. Em decorrência, queixas relacionadas às alterações do sono, como duração e insônia, têm sido cada vez mais comuns na população adulta.
No Brasil, 76% dos indivíduos acima de 16 anos têm pelo menos uma queixa do sono, ou seja, aproximadamente 108 milhões de pessoas. E isso pode ser um problema, já que o sono pode beneficiar habilidades cognitivas importantes como a memória, atuando em sua consolidação, além da saúde mental. Mas alterações no sono, como mudanças na duração e qualidade, podem prejudicar o desempenho cognitivo em habilidades como a função executiva, fluência verbal, memória, bem como associar-se ao declínio cognitivo.
Estudos que visam investigar fatores potencialmente modificáveis para o declínio cognitivo (como é o caso do sono), podem gerar evidências e contribuir para subsidiar intervenções em saúde que objetivem protelar o início do declínio cognitivo e promover o envelhecimento saudável.