Iniciativa da Cooperativa Vinícola Garibaldi para brindar o Dia do Vinho Brasileiro, a primeira edição do projeto Taça & Prosa unificou o discurso sobre a qualidade do vinho nacional por meio dos produtos da casa. Em live comandada pelo enólogo chefe da casa, Ricardo Morari, os convidados Leandro Baena (@chorodavideira), Bob Junior (@confrariadobob) e Luciana Toscano (@vinhosdaserragaucha) realizaram uma degustação comentada sobre os vinhos Granja União Merlot Rosé e Garibaldi Merlot Reserva e os espumantes Garibaldi VG Extra Brut e Garibaldi Moscatel.

Granja União Merlot Rosé
Novidade no portfólio da vinícola em 2021, o Granja União Merlot Rosé agradou aos convidados por sua leveza e versatilidade. Em sua apresentação, Morari destacou o cuidado na maceração das cascas, para obter uma coloração delicada, além da manutenção do vinho em temperatura controlada até seu engarrafamento, a fim de manter os tons violáceos e seu frescor. “Em boca, ele lembra muito mais um vinho branco do que um tinto. A proposta era que não aparecesse tanto o varietal Merlot, que ele estivesse presente, claro, porém, com leveza de vinho branco. Seus aromas trazem frutas vermelhas com um toque floral”, destacou.

Para Baena, o vinho é muito agradável de beber. “É aquele tipo de vinho que o último gole imediatamente chama o próximo. Na praia ou na piscina, eu não quero levar cooler de cerveja. E nem precisa de saca-rolhas”, disse Baena, referindo-se à tampa de rosca da bebida. Bob Junior concordou com a alta “drinkability” do Merlot Rosé. “Tem ou não tem tradução? É um vinho de alta bebilidade”, brincou. “É muito ‘facinho’ de tomar, agrada desde os iniciantes até aos iniciados. O rosé é a nova cervejinha”, comparou. Essa facilidade em beber também foi destacada por Luciana. “É só abrir e beber, é um vinho descompromissado, fresco, jovem e versátil, com harmonização muito tranquila. Dá muita vontade de degustar”, disse.

Garibaldi Merlot Reserva

Na sequência, os convidados avaliaram o Garibaldi Merlot Reserva, vinho que passa por uma fermentação malolática para ganhar maciez no paladar e complexidade nos aromas. Essa foi uma das características destacadas por Luciana ao apresentar a bebida. “É um rótulo 2020, safra que fala por si só. Percebe-se uma cor vermelho rubi, límpida, aromas de frutas vermelhas e frutas negras e também uma manteiga, uma baunilha e especiarias, com toque floral. A passagem pela barrica foi cuidadosa de modo a não se sobressair a fruta e nem ultrapassar o potencial que o varietal tem para entregar. Em boca, você sente o tanino macio, tem ótima estrutura e custo-benefício”, falou.

Baena percebeu, em sua degustação, um toque mineral na bebida e ficou curioso com a complexidade do vinho “Pela estrutura e pela acidez, ele tem uma guardazinha, não tem não?”, perguntou ao enólogo, que respondeu: “é um vinho que está pronto para quem vai consumir agora e que tem uma vida longa, sim; a safra 2020 nos deu estrutura, e tivemos o cuidado com a madeira para aproveitar ao frutado intenso que a excelente maturação das uvas nos proporcionou.” disse Morari. Bob destacou o equilíbrio do vinho e disse que esse Merlot é um exemplo de como o Brasil também tem bons tintos. “Falei muito que o Brasil tinha apenas vocação para brancos e para espumantes, mas a cada ano que passa, e já faz tempo isso, estou convencido de que falei besteira”, disse, sorrindo.

Garibaldi VG Extra Brut
Baena foi responsável por apresentar o espumante Garibaldi VG Extra Brut, terceira bebida degustada na noite. Elaborado pelo método Charmat Longo, o espumante se destaca pela perlage insistente, disse o sommelier. “No nariz, tem um equilíbrio no meio do caminho entre o Charmat, com notas de fruta, e o Tradicional, com massa de pão. Em boca, tem um volume muito agradável, a perlage é persistente e fininha, fazendo um colchão de ar na língua, então aí você vê a qualidade do espumante”, elogiou.

Morari complementou dizendo que o espumante é elaborado com uvas Chardonnay e Pinot Noir, que são vinificados de forma separadas. “O Pinot é vinificado em branco e entra na composição do corte somente na tomada de espuma”, disse, reforçando que o tempo de preparo da bebida é de 12 meses. “É um espumante que entrega muito, um excelente custo-benefício”, reforçou Luciana.

Garibaldi Moscatel

A última bebida a ser provada, o Garibaldi Moscatel, representa uma variedade especial para Bob, responsável por introduzir as características do espumante ao público. “Foi a bebida que me colocou no mundo dos vinhos”, disse. Um dos mais premiados produtos da vinícola, o Moscatel tem ótima e finíssima perlage, observou Bob. “Sinto notas de flores brancas, como jasmim; tem frutas brancas, o melão, a pera, traz um pouco de mineralidade também e, em boca, cria uma cremosidade magnífica”, disse.

Baena concordou e disse ser uma bebida muito elegante. “Não é nada enjoativo, porque a acidez faz todo o contraponto ao açúcar, é espetacular”, elogiou. Para Morari, o Moscatel é um desafio porque cresce anualmente em vendas e requer cuidados. “Pode parecer simples, mas não é, tem que ser minucioso, apresentar equilíbrio, ainda mais porque são volumes muito grandes. O Moscatel tem a cara do Brasil”, disse.

Qualidade do vinho brasileiro
Os especialistas também falaram sobre a produção do país e a qualidade dos vinhos nacionais. Morari lembrou que o consumo de vinho no Brasil chegou a 2,6 litros por habitante e que a pandemia, apesar de todos os problemas, abriu um caminho novo de consumo. “As pessoas deram oportunidade para o vinho brasileiro, abriram portas para conhecê-lo”, disse. Baena ratificou essas palavras. “O que o vinho brasileiro precisa é de uma chance, uma chance para mostrar sua qualidade, e a Vinícola Garibaldi personifica essa qualidade”, comentou. Bob compactuou da opinião. “O vinho brasileiro está no seu melhor momento, consolidado pela qualidade”, destacou. Luciana, por sua vez, destacou a importância de entrar em contato com as vinícolas e realizar as degustações. “É harmonia do vinhedo à mesa”, disse.

Fonte: Exata Com / Foto: Divulgação