Takashi Morita, sobrevivente da bomba atômica de Hiroshima, jogada sobre a cidade japonesa em 6 de agosto de 1945, completa cem anos neste sábado (2) e foi homenageado, na sexta-feira (1º), em evento na Etec Santo Amaro, que em 2019 foi batizada com seu nome.

A professora Ana Lúcia Calaça, diretora da unidade de ensino técnico, diz que desde 2019 o sobrevivente faz questão de comemorar seu aniversário com os alunos.

“Este ano, por completar o centenário, nós ficamos ainda mais motivados a fazer essa comemoração”, diz.

Morador em São Paulo desde 1956, Takashi Morita foi homenageado nesta sexta-feira por estudantes da Etec Santo Amaro, batizada em sua homenagem – Divulgação/Assessoria Centro Paula Souza

Os estudantes prepararam uma programação com apresentação teatral, musical, e com dança em homenagem ao centenário.

Ele, que vive em São Paulo desde 1956, estava acompanhado de familiares e outros dois sobreviventes da bomba nuclear. Ele recebeu flores, bolo e outros presentes dos alunos.

Por meio da filha, segundo a diretora, o sobrevivente afirmou que estava muito feliz e emocionado por estar mais um ano com os alunos e os professores pelos quais tem tanto carinho.

A diretora afirmou que o contato direto dos alunos com uma pessoa como Takashi é fundamental para a formação.

“Na figura do sr. Takashi, os alunos têm a representação de uma pessoa que luta pela paz, uma pessoa perseverante, que sempre acredita e que sempre vai procurar trabalhar pelo que ele acredita. Nada melhor para o corpo discente. Eles precisam de pessoas que mostram um legado tão lindo como o do sr. Takashi, de lutar pela paz, não alimentar o ódio, são pontos importantes no desenvolvimento do nosso corpo discente”, afirma Calaça.

Em depoimento, em 2020, Takashi Morita afirmou que para derrotar a guerra “é preciso o perdão, além do amor”. Contudo, afirmou ser importante não esquecer o passado.

“Não posso esquecer esses acontecimentos. Esquecer é também enterrar a história da primeira vez que a bomba de destruição em massa foi utilizada contra a humanidade. É permitir que, um dia, alguém com supostas boas intenções —como os norte-americanos, que tomaram essa atitude drástica para pôr fim à guerra— possam repetir esse feito”, afirmou à ocasião.

No Brasil, Takashi fundou, em 1984, a Associação Hibakusha Brasil pela Paz, que inclui também as vítimas da segunda bomba atômica, lançada em Nagasaki, em 9 de agosto. O grupo chegou a reunir 270 vítimas no Brasil.

Fonte: Folha de São Paulo