Imagem: Projeto Bit Bus/UCS/Divulgação

Um grupo de professores e pesquisadores da Universidade de Caxias do Sul apresenta oficialmente na tarde desta quinta-feira, 9 de novembro, o projeto Bit Bus – Mergulhando no Mundo da Informática. Trata-se de um espaço científico-cultural itinerante que será desenvolvido no interior e no entorno de um ônibus, criando uma estrutura de exposição permanente voltada à divulgação científica e tecnológica por meio de ações educativas.

O evento de lançamento ocorre a partir das 17h30min no Campus 8 da UCS, com a presença dos idealizadores do projeto, autoridades acadêmicas, apoiadores, alunos e comunidade. Na ocasião, serão expostas obras de estudantes do curso de Artes Visuais confeccionadas com resíduos eletrônicos e peças de computador.

A missão do Bit Bus será a de promover a formação de seu público por meio da construção do conhecimento, com ênfase na área da ciência e tecnologia. O projeto está em andamento desde 2018 e envolve muitos processos, pesquisas e ideias. “É muito mais do que um museu da informática, e é uma experiência interativa e sensorial. Queremos contar a história da informática, desde os primeiros aparelhos e disquetes, mas também trabalhar a questão da sustentabilidade ambiental, mostrar a cadeia de valor que existe na reciclagem”, adianta Scheila de Avila e Silva, professora dos cursos de Computação e de Biologia da UCS, pesquisadora do Laboratório de Bioinformática e coordenadora do projeto.

A sociedade contemporânea é permeada de dispositivos computacionais que fazem parte do cotidiano das pessoas. Os idealizadores do Bit Bus argumentam que o conhecimento a respeito das origens dos dispositivos utilizados hoje em dia permite a reflexão sobre como a evolução tecnológica foi determinante para a situação atual. “Essa compreensão permite a difusão de conhecimento científico-cultural de conceitos fundamentais a respeito do seu funcionamento, das bases científicas, implicações éticas e mercadológicas que permeiam a informática e a tecnologia da informação. Assim, o estabelecimento de conexões entre as ciências relacionadas à tecnologia da informação e as questões da sociedade atual (sustentabilidade, ética e economia, por exemplo) se torna um agente de transformação”, explica Scheila.

A pesquisadora recorda que a ideia surgiu em 2018, para ser formatada como uma exposição sobre o tema no Campus 8. No entanto, com o envolvimento de professores de diferentes áreas do conhecimento, ganhou uma dimensão maior e mais ousada, e hoje abrange um grupo de 11 pesquisadores de Instituições de Ensino Superior públicas e comunitárias das áreas de Computação, Arquitetura e Urbanismo, Design, História e Ciências Biológicas. “De fixo o projeto se tornou itinerante. Conseguimos reunir um acervo com peças de grande valor histórico. E propomos uma didática envolvente, que pretende sensibilizar o público não apenas contando a história da informática, mas valorizando a sua importância para o desenvolvimento da sociedade moderna”, destaca Scheila. Com a pandemia, o projeto estacionou por dois anos. Mas em 2022, foi retomado, inscrito e contemplado em um edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) que financia projetos de transformação de veículos automotores em espaço científico cultural.

A denominação Bit Bus une as palavras bit, em referência ao dígito binário (a menor parcela de informação processada por um computador), e bus, sufixo de ônibus, geralmente caracterizado como um veículo de uso coletivo. Esse ônibus ainda não existe, mas será viabilizado por meio de uma parceria com uma empresa local. Ao longo do próximo ano, o projeto vai se materializar com o desenvolvimento dos projetos arquitetônicos, luminotécnicos e de acessibilidade e a instalação das peças e equipamentos do museu. A partir de 2025, o Bit Bus estará pronto para itinerar por instituições de ensino dos mais diferentes perfis e categorias, mediante pré-agendamentos.

Promover a reflexão via informática
O projeto Bit Bus – Mergulhando no Mundo da Informática tem como objetivo principal promover uma reflexão sobre como o desenvolvimento da tecnologia da informação impacta na ciência, no cotidiano e no modo de produção como um agente transformador da sociedade, por meio de um ambiente científico-cultural de base tecnológica e interativo. O acervo disponível para o início do projeto conta com uma coleção de artefatos de computação, hardwares de computador, softwares, fotografias e imagens em movimento especialmente relacionadas ao avanço em tecnologia da informação na região de abrangência das instituições participantes do projeto.

Os objetivos específicos são:
– Criar exposição de dispositivos relacionados à história da tecnologia da informação, a partir de acervo em parte já constituído
– Coletar, organizar, processar e preservar artefatos relacionados à área de tecnologia da informação
– Proporcionar atividades de popularização e divulgação da ciência presencial e on-line
– Criar redes de interação com outras instituições de difusão da ciência e tecnologia
– Fortalecer a inovação apresentando a história da tecnologia computacional a fim de facilitar o engajamento e criatividade em um ambiente de aprendizado não-formal, interativo e experiencial
– Fomentar a difusão do conhecimento científico sobre a tecnologia da informação
– Promover visão histórica e contextualizada sobre o desenvolvimento tecnológico da área e as implicações na sociedade atual
– Disponibilizar acesso gratuito à memória histórico-cultural e ao arcabouço teórico da área

Os profissionais envolvidos no projeto
Adriano Chaves Polidoro (design), André Gustavo Adami (apoio institucional e acervo histórico), Doris Baldissera (apoio institucional), Anthony Beux Tessari (pesquisa histórica), Rafael Susin Baumann e Roberta Alina Boeira Tiburri (arquitetos), Scheila de Avila e Silva (coordenação) e Keoma da Silva, Pedro do Nascimento, Mirelle Antunes e Giovanna Ferrer Takahashi (iniciação científica).