O espetáculo “Odila” terá três apresentações gratuitas nos meses de agosto e setembro em Caxias do Sul, sempre às 19h30. A primeira delas será na sexta-feira, dia 23 de agosto, na E.E.E.M. Profa. Ivonne Lúcia Triches dos Reis, no Bairro Desvio Rizzo. As ações, que fazem parte do encerramento do projeto de circulação “À Memória de Odila”, serão realizadas também nos bairros Euzébio Beltrão de Queiróz e Santa Fé.
Encenada e dirigida pela atriz Tina Andrighetti, a peça é um monólogo que conta a vida da jovem cidadã caxiense Odila Gubert, sobrevivente da tragédia na Metalúrgica Gazola, que fabricava artefatos bélicos para os combatentes brasileiros. Aos 20 anos, ela teve o rumo de sua vida totalmente alterado ao perder a perna direita no grave acidente que, ainda, vitimou fatalmente sete operárias que trabalhavam no local.
“Odila” retrata um fragmento desse acontecimento, que está eternamente entrelaçado com a história da cidade. O espetáculo foi inicialmente montado em 2016 como parte do Projeto Identidades, com o propósito de levar histórias reais à cena. Em 2023, completou-se 80 anos da explosão e 20 anos da morte de Odila Gubert, o que provocou a retomada das atividades da peça com uma agenda privilegiando o caráter popular da obra. Foram sete apresentações nos distritos de Criúva, Santa Lúcia do Piaí, Vila Cristina, Vila Oliva e Vila Seca, como também nos bairros Panazzolo e Petrópolis.
“Entendemos que é fundamental relembrarmos e honrarmos essa memória. Levar a história ao conhecimento de mais uma parte da população e relembrar os fatos a tantas outras pessoas que já os conheceram constitui-se num valor inestimável pois, ao falarmos sobre isso, alimentamos a memória coletiva, social e cultural”, explica a diretora.
Confira a agenda do espetáculo “Odila”:
Horário: 19h30
- Dia 23/08 (sexta-feira): E.E.E.M. Profa. Ivonne Lúcia Triches dos Reis (Rua Isidoro Dias Lopes, 736, Bairro Desvio Rizzo)
- Dia 31/08 (sábado): Centro Comunitário do Bairro Santa Fé (Av. Santa Fé, 628)
- Dia 14/09 (sábado): Centro Cultural Euzébio Beltrão de Queiróz (Rua Bento Gonçalves, 3.333, Bairro Euzébio Beltrão de Queiróz)
Sobre a tragédia:
Em 22 de julho de 1943, sucessivas explosões ocorreram no principal pavimento da fábrica de munições Gazola, Travi & Cia e vitimaram sete funcionárias, as quais perderam sua vida ao cumprirem o dever “pelo esforço de guerra”: Graciema Formolo, Júlia Gomes, Olívia Gomes, Irma Zago, Maria Bohn, Tereza Morais e Anoema da Costa Lima, reconhecida como vítima somente em 2018. A tragédia deixou ainda 15 feridos, sendo que uma delas foi Odila Gubert, 20 anos, porém sua vida tomou outro rumo, contrário aos sonhos alimentados até então. Ela teve a perna direita amputada e permaneceu três meses e meio internada devido aos ferimentos. A empresa, encampada pelo Exército, fabricava artefatos bélicos para os combatentes brasileiros e, naquele dia, cerca de vinte operárias – com idades entre 14 e 20 anos, fabricavam munições no pavilhão. Recém consolidados, os direitos trabalhistas ainda careciam de igualdade entre homens e mulheres e também de cumprimento efetivo.
Ficha Técnica:
Direção e atuação: Tina Andrighetti
Supervisão de Dramaturgia/Cena: Tefa Polidoro
Pesquisa: Paula Cervelin Grassi e Tina Andrighetti
Preparação cênica e musical: Gutto Basso
Cenário: Roberta Tiburri
Figurino: Letícia Milani
Sonoplastia: Marielle da Rosa Costa
Iluminação: Juarez Barazetti
Produção: Gabriel Zeni
Captação de Imagens: Marcelo Costa
Duração: 60 minutos
Classificação etária: + 12 anos
Financiamento: LIC Municipal