Passar muito tempo sentado diminui a sua expectativa de vida

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Estudos mostram que passar muito tempo sentado não traz apenas problemas de saúde, mas impacta a sua expectativa de vida!

Nos tempos atuais, é normal ficarmos muito tempo sentado, seja no ambiente de trabalho ou durante momentos de lazer.

Diversos critérios contribuíram para esse cenário, como trabalhos mais digitais, funções de escritório e a rotina que, acelerada, impede a realização de exercícios ao longo da jornada.

No entanto, além das famosas dores nas costas, permanecer longos períodos na mesma posição pode trazer consequências mais graves. Por exemplo, aumenta o risco de desenvolvimento de doenças e reduz nossa expectativa de vida.

Alerta de estudos

Via Freepik

Este alerta possui confirmação com diversos estudos. Um deles, divulgado na revista científica PLOS One, da Public Library of Science, revelou que para cada hora em que uma pessoa sedentária permanece sentada, seu risco de mortalidade aumenta em 2%. A partir de nove horas de sedentarismo diário, esse risco sobe para 8% a cada hora adicional.

Outro estudo, também publicado na PLOS One, analisou seis pesquisas realizadas entre 1989 e 2013. Com isso, estabeleceu uma relação entre ficar muito tempo sentado e um aumento no risco de mortalidade por todas as causas.

Isso significa uma maior probabilidade de morte associada ao desenvolvimento de doenças como câncer, doenças cardiovasculares e enfermidades crônicas.

Constatou-se que quanto mais tempo uma pessoa passa sentada diariamente, maior é o risco de mortalidade por diversas causas. Isso significa que o sedentarismo intensifica o potencial de mortalidade associado a essas doenças.

A pesquisa considerou parâmetros como o tempo total diário em posição sentada, a mortalidade por todas as causas e as estimativas de risco correspondentes.

Além disso, a análise também examinou a influência da atividade física na capacidade de mitigar os impactos desse tipo de sedentarismo diário.

A conclusão é que pessoas que praticam atividades físicas tendem a retardar os efeitos negativos que surgem ao passar muito tempo sentadas, preservando assim a saúde.

Muitas vezes, tendemos a associar o exercício apenas ao gasto calórico e à melhoria da condição física.

No entanto, segundo Luiz Riani, médico especializado em medicina esportiva, simplesmente mudar do estado sentado para o estado em pé induz mudanças fisiológicas que aprimoram as funções do corpo.

Impactos na saúde

O estilo de vida ativo ou sedentário tem um impacto direto no potencial dos efeitos negativos à saúde quando passamos muito tempo sentado.

Os problemas primários associados a períodos prolongados de sedentarismo incluem questões musculoesqueléticas, como a perda de funções importantes como força, resistência, habilidade e equilíbrio.

Além disso, o imobilismo prolongado pode afetar o sistema cardiovascular, resultando em uma diminuição da circulação sanguínea e enfraquecimento do coração. Dessa forma, pode levar a um bombeamento insuficiente de sangue para o corpo.

Em níveis emocionais, o sedentarismo pode provocar dores físicas e fragilidades, contribuindo para a perda de autonomia e desencadeando problemas como sensação de isolamento, ansiedade e depressão.

Quanto é muito tempo sentado?

Segundo Leandro Rezende, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), não existe um limite exato estabelecido para determinar o excesso de tempo gasto sentado.

A literatura atual indica que pessoas que passam mais de 10 horas por dia sentadas tendem a enfrentar problemas de saúde com maior frequência. A comparação é com aquelas que passam menos tempo nessa posição.

Além de contribuir para o ganho de peso e o desenvolvimento de doenças crônicas, como o diabetes, por exemplo, diversos estudos também relacionam o excesso de tempo sentado a um aumento do risco de mortalidade.

Por isso, a recomendação oficial é que, a cada uma hora, ou após muito tempo sentado, sem cronometrar, o indivíduo passe pelo menos dez minutos em movimento ativo.

Isso inclui alongamentos, caminhada e até mesmo “acordar” os músculos com algumas sequências aeróbicas, se possível. Com apenas alguns intervalos ao longo do dia, será possível colher diversos benefícios futuros e reduzir riscos de doenças sérias.

Fonte: G1