Muitas pessoas acreditam que andar com o combustível na reserva pode ser uma boa estratégia. Mas a realidade não é bem essa.

Quem tem um veículo sabe o quão caro é, em nosso país, colocar combustível. Por isso que as pessoas, normalmente, procuram para ver em qual posto ela está mais barata. E às vezes, andam com o carro na reserva.

Andar com o veículo com o nível de combustível na reserva é uma das recomendações que os “especialistas” da internet desmascararam através do seu conhecimento de “sempre fiz e nunca deu merda”. Isso porque, o risco de manter o tanque do carro sempre na reserva é uma das teorias da conspiração que circulam. No entanto, qual é a realidade?

O fato é que, de acordo com especialistas, se a pessoa fizer isso, é questão de tempo, ou sorte, até que problemas mecânicos surjam por conta do carro andar sempre com o combustível na reserva.

Isso acontece porque em um tanque com pouco combustível pode acontecer um aquecimento maior do motor da bomba, o que pode fazer com que a vida útil dela fique menor.

Além disso, outros problemas também podem interferir no funcionamento da bomba, como por exemplo, a sucção de resíduos sólidos de contaminação no combustível, que pode ficar mais fácil quando o tanque está vazio.

Como se isso não fosse o bastante, também existe o risco de pane seca por conta da indicação pouco confiável do nível de combustível. Ou seja, o motorista pensa que existe mais combustível do que há de verdade.

Mitos e verdades

Foto: Portal do trânsito

Algumas pessoas pensam que a melhor escolha é manter o carro com o tanque de combustível cheio porque assim a bomba seria menos forçada.

Ao mesmo tempo que existem aquelas que preferem esperar o tanque esvaziar para completar de novo porque estaria sempre com combustível novo.

Contudo, na prática, isso não faz muita diferença. E para achar a maneira ideal de abastecer o carro é preciso entender o tipo de uso que o motorista faz.

Por exemplo, em um carro que roda de forma constante e consome dois tanques por mês, não existe muita diferença entre completar várias vezes ou esperar o combustível abaixar.

Isso porque não dá tempo de forçar a bomba e nem do combustível ficar velho.

O que não pode ser feito é rodar com pouco combustível porque aí sim o sistema será sobrecarregado.

Agora, para uma pessoa que deixa o carro parado por períodos de tempo longo, maiores que 15 dias, é recomendado manter o tanque cheio.

Isso porque, quanto menos contato o combustível tiver com o ar, a sua qualidade irá ser melhor depois porque não irá ter tido oxidação.

Nesse caso, o recomendável é usar combustíveis que tenham uma resistência boa à oxidação, como o etanol e a gasolina aditivada.

Reserva não traz economia

Muitas pessoas acham que andar na reserva é uma economia de combustível, mas a realidade é que isso somente adia o gasto.

E as pessoas que tentam argumentar a ideia de que andar na reserva prejudica a mecânica do carro podem dizer que isso foi inventado pelos donos de postos para vender mais combustível.

Contudo, isso nem faz sentido. Até porque, o consumo de gasolina, diesel ou etanol está relacionado com a quantidade de quilômetros percorridos pelo carro, e não pela frequência de idas ao posto.

Combustível

Foto: G1

 

O governo do presidente Lula enviou ao Congresso o Projeto de Lei do Combustível do Futuro. Ele é um pacote de iniciativas para diminuir a dependência de combustíveis fósseis e emissão de gases do efeito estufa. Para esse projeto está previsto um investimento de 250 bilhões de reais.

Uma das propostas desse projeto é a criação de um marco regulatório dos combustíveis sintéticos no país. Isso porque eles são fabricados em uma escala pequena, e até mesmo pela Petrobras. Esses combustíveis são a gasolina ou o diesel, que é fabricado sem petróleo, que também é chamado de e-fuel.

Esse tipo de combustível é produzido também por empresas como a Porsche, e irá ser usado para abastecer os carros de Fórmula 1.

Claro que as mudanças podem demorar a serem aceitas e até vistas com certa resistência. Por isso é bom conhecer as vantagens desse tipo de combustível. A primeira delas é que para sua produção, a matéria-prima é hidrogênio e dióxido de carbono, que é um dos maiores causadores do efeito estufa.

Usando esse tipo de combustível acabaria a dependência do petróleo, uma grande vantagem, já que ele irá acabar em determinado momento e tende a ficar mais caro quanto mais raro for ficando.

Outra vantagem desse tipo de gasolina é que por ela ser líquida, é possível aproveitar a infraestrutura que existe atualmente para o abastecimento. E ela também pode ser fabricada na forma de diesel e não requer mudanças nos motores que usam a versão fóssil desses combustíveis.

Por mais que o combustível sem petróleo também emita poluentes como a gasolina tradicional, ele tem a vantagem do etanol de neutralizar na respectiva produção o carbono resultante de sua queima.

De acordo com Everton Lopes, engenheiro, para que essa neutralização aconteça, a fabricação de gasolina sem petróleo tem que usar fontes limpas e renováveis de energia, como por exemplo, hidrelétricas, eólicas e solares.

“O combustível sintético já era usado pela Alemanha na época da Segunda Guerra Mundial e, desde então, as pesquisas têm evoluído. Porém, o petróleo ainda é muito mais fácil e barato de ser obtido e refinado”, pontuou ele.

Fonte: UOL/G1/Portal do trânsito