Foto: Freepik

Quem nunca ouviu dizer que “a saúde começa pela boca”? Pois é, um dos grandes segredos para termos uma vida saudável está na nossa alimentação e com nossos pets isso não é nada diferente. Décadas atrás, cachorros e gatos se alimentavam, basicamente, de restos de comida.

Com o avanço da tecnologia, dos estudos e da própria medicina veterinária, foram surgindo diversas opções de dietas para a nutrição de cães e gatos e isso, certamente, contribuiu e ainda contribui para uma vida mais saudável e longeva.

Quando se alimentam de restos de alimentos humanos, cachorros e gatos tendem a ter, a médio e longo prazo, problemas sérios relacionados à desnutrição e ao desbalanço de determinados nutrientes.

Por estarmos falando de três espécies totalmente diferentes, com necessidades nutricionais diferenciadas, é preciso oferecer a alimentação de acordo com cada uma, considerando idade e estilo de vida. Por isso, confira neste guia tudo que você precisa saber sobre como oferecer a melhor alimentação para o seu pet!

Gato comendo ração.

Nutrição de cães e gatos: por dentro dos nutrientes

Felizmente, a área da nutrição em medicina veterinária vem crescendo a cada ano. Atualmente, temos muitas pesquisas e cientistas dedicados a esse assunto, além de profissionais qualificados para orientar os tutores. Hoje, não pensamos mais em alimentos que, apenas, fornecem energia, mas sim em nutrientes capazes de prevenir doenças e manter o organismo de cães e gatos saudável.

É impensável, atualmente, oferecermos um alimento que apenas conte com o mínimo necessário para a sobrevivência. Para isso, a indústria veterinária trabalha arduamente a fim de criar alternativas variadas levando em conta a fase de vida, porte, espécie, nível de atividade, status reprodutivo (se é castrado ou não) e outros fatores relevantes que tenham impacto direto nos nossos pets.

Uma boa nutrição de cães e gatos é traduzida em pelos sedosos e brilhantes, disposição para o dia a dia, menos cocô e vitalidade. E que tutor preocupado não quer esse “combo”? Para entender melhor o importante papel de cada um dos nutrientes mais comumente encontrados nas rações de boa qualidade, veja a tabela abaixo:

Tabela de nutrientes para cães e gatos.

Controlando calorias

Oferecer alimento não é sinônimo de afeto. Por questões sociais que envolvem a comida, seres humanos muitas vezes confundem essa questão e acabam, por vezes, dando mais do que deveriam aos seus pets.

Controlar as calorias que o cachorro ou gato ingere também é fundamental para uma boa saúde, afinal, o sobrepeso e a obesidade, além de poderem acarretar uma série de outras doenças, podem fazer com que o pet viva menos. É comprovado que animais acima do peso podem viver até três anos a menos quando comparados com os que estão dentro do peso ideal.

A menos que tenham algum outro problema de saúde, cães e gatos não “ganham peso do nada”. Para que isso aconteça, eles precisam ingerir mais calorias do que gastam e, a menos que seu pet seja um expert em roubar comida da geladeira, o fato dele comer mais do que deveria é estimulado pelos humanos.

Para saber quantas calorias a ração do seu pet tem por quilo, basta olhar o valor caracterizado como “energia metabolizável” no rótulo do alimento. Assim, você consegue acompanhar de perto o consumo do pet.

Cachorro olhando para pote de ração.

Alimentação do cachorro e gato: dose a quantidade e os petiscos

Petiscos sem motivo, pedaços de pão, borda de pizza… isso sem falar em absurdos que envolvem o oferecimento de doces ou do restinho de lasanha do almoço de domingo, tudo isso é muito perigoso para saúde dos pets.

Quando nossos pets comem o que não deveriam, além de colocarmos a saúde deles em risco, nos responsabilizamos pelo ganho de peso. Para que isso não aconteça, a regra é clara: pets precisam seguir uma rotina alimentar e de exercícios físicos, além de controlarmos o que eles comem diariamente.

Sim, o ideal é ter uma balança e literalmente pesar as porções de rações que forem oferecidas. Além disso, é importante não se esquecer de contabilizar os petiscos que foram dados como agrado ou pelo bom comportamento, além dos pedacinhos de frutas e legumes, por exemplo.

Quando damos alimentos além da ração, podemos, ainda, causar desequilíbrios nutricionais e até mesmo intoxicações graves. Por isso, sempre ofereça com cuidado e na dose certa, de acordo com seu médico-veterinário.

ato na cozinha ao lado de menina que segura uma barra de chocolate.

Perigos na cozinha: o que cachorros e gatos não podem comer

Alho, cebola, gordura, chocolate, uvas… alimentos e ingredientes que fazem parte do nosso cotidiano podem ser um verdadeiro veneno para cães e gatos.

O que pra nós pode ser até mesmo recomendado como parte da dieta, algumas vezes pode ser fatal para os bichinhos, por isso, a melhor alternativa é sempre optar por seguir as instruções do médico-veterinário e preferir petiscos especialmente preparados para pets.

Mas nem tudo está perdido! Existem alguns temperos que podem até mesmo auxiliar na saúde de cães e gatos. Mas lembre-se, sempre converse com um profissional antes de oferecer e fique atento nas doses.

Cachorro comendo em pote de ração.

Qual a melhor ração para cachorro e gato? 

Quando pesquisamos qual a melhor alimentação para cachorro e gato, nos deparamos com diversos tipos de ração, como é o caso da Premium, Super Premium e Standard. Cada uma delas possui suas características, sendo que as duas primeiras são as mais indicadas por terem níveis de aproveitamento maiores por conta de seus ingredientes.

Standard, Premium ou Super Premium: diferenças

Ração econômica

Obedece o mínimo definido como alimento completo para cães e gatos e a matéria-prima utilizada na sua fabricação é de baixa digestibilidade e pouca qualidade, resultando em um volume fecal maior e maior odor das fezes. Geralmente, tem apenas uma fonte de proteína, o que faz com que o pet precise ingerir mais ração para as demandas energéticas serem supridas.

Resumindo: essa ração dura menos e o pet tende a fazer fezes mais volumosas, mas ainda assim, dentro do mínimo exigido, é considerado um alimento completo.

Ração premium

Essa ração já ultrapassa os níveis mínimos de garantia. Tem mais gordura que a econômica, deixando ela mais saborosa para o paladar dos pets. Além disso, geralmente encontra-se mais de uma fonte de proteína como, por exemplo, proteína vegetal, além da fonte de proteína animal, e de mais qualidade, aumentando a sua digestibilidade.

Resumindo: quanto maior a qualidade da matéria-prima, maior a digestibilidade. Quanto mais alta a digestibilidade, maior é o aproveitamento dos nutrientes da ração.

Ração Super Premium

A ração Super Premium já é considerada um alimento formulado para uma ótima nutrição. Tem várias fontes de proteínas, sendo elas de alta qualidade e em maiores quantidades, elevando os níveis de garantia da ração.

Além disso, na sua formulação também há os chamados nutracêuticos, que são suplementos que auxiliam na manutenção da saúde, como antioxidantes, protetores articulares e ingredientes que auxiliam na imunidade.

A fórmula dessa ração contém quantidades de fibras capazes de agir na digestibilidade, aumentando muito o aproveitamento do alimento e, consequentemente, produzindo menor volume fecal.

Resumindo: o pet aproveita praticamente tudo que ingere.

Alimentação natural para cachorro.

Alimentação natural para pets

Dentro da categoria de ração Super Premium existe a ração natural, que utiliza matéria-prima sem o processo de industrialização, ou seja, possui carne, grãos, vegetais, legumes e frutas.

Além disso, existem as dietas naturais, que são preparadas cozidas, mas também podem ser ofertadas na forma in natura (sem cozinhar), como, por exemplo, alguns legumes e frutas que podem ser oferecidos como petiscos.

Para fazer o uso exclusivo da alimentação natural e perceber os benefícios, é preciso balancear os ingredientes e para isso é feito um cálculo com base nas necessidades energéticas do pet. Quem geralmente realiza esse cálculo e formula as dietas são os médico-veterinários nutrólogos.

O dilema do suplemento alimentar para cão e gato

Décadas atrás, quando levávamos um filhote até o médico-veterinário, ele seria categórico em afirmar que, além da ração, o pet deveria receber algum tipo de suplemento para crescer forte e saudável.

Hoje, a menos que o cachorro ou gato tenha algum problema de saúde, esteja debilitado ou se alimente de forma inadequada, a indicação é totalmente oposta: se ele recebe um alimento super premium, passe longe dos suplementos alimentares.

O que muita gente ainda não sabe é que o excesso de vitaminas, por exemplo, pode ser tão prejudicial quanto a falta delas, por isso, sair comprando qualquer produto, sem a orientação de um profissional, pode ser um problema enorme a médio e longo prazo.

Na dúvida, somente um médico-veterinário é capaz de dizer se seu pet precisa ou não de algum tipo de suplemento.

Gato preto e branco comendo ração.

Como saber qual a melhor ração para o meu pet?

Assim como foi mencionado sobre a suplementação, o médico-veterinário é o profissional capacitado para avaliar o seu cachorro ou gato e te ajudar a escolher o melhor alimento para ele.

A partir de uma consulta e algumas vezes com o auxílio de exames complementares, ele poderá te dar opções levando em consideração o estilo de vida, idade, porte e necessidades especiais do seu pet.

Hoje em dia, temos muitas alternativas capazes de suprir essas questões e conferir saúde e longevidade a eles. Questões como custo/ benefício também podem ser avaliadas e discutidas entre vocês.

Médicos-veterinários especializados em nutrologia podem, ainda, fazer uma avaliação mais profunda e realmente certeira para cada caso.

Como trocar a ração do cachorro ou gato com segurança

Não é raro que gatos e cachorros vomitem após a troca de ração e isso normalmente acontece por não termos feito uma substituição gradual dos alimentos. Para evitar que isso aconteça, basta seguir uma regra simples:

  • No primeiro e segundo dia: ofereça 25% da nova ração e 75% da antiga;
  • No terceiro e quarto dia: ofereça 50% da nova ração e 50% da antiga;
  • No quinto e sexto dia: ofereça 75% de nova ração e 25% da antiga;
  • Do sétimo dia em diante: passe a oferecer somente a nova ração.

Essa dica evita desconfortos gastrointestinais e faz com que o pet se acostume aos poucos com o novo alimento.Lembre-se também de sempre ter horários definidos para alimentar o seu cão. Para gatos, recomendamos não somente o oferecimento de ração seca, mas também da úmida, como patês e sachês.

Filhote de cachorro comendo em pote de ração.

Curiosidades sobre alimentação de cachorros e gatos

Confira abaixo algumas curiosidades sobre a alimentação dos pets. Assim você entende um pouco mais sobre o processo digestivo e como ele funciona diferente do processo dos seres humanos:

  • Cachorros adultos possuem 42 dentes. Gatos contam com 30 permanentes. Todos os dentes dos felinos possuem a capacidade de “cortar” alimentos;
  • Cães e gatos não mastigam como nós. Isso porque a digestão dos nossos pets não começa pela boca, como a nossa. Eles possuem pouquíssimas enzimas digestivas na saliva. E é justamente por isso que, quando passam mal, tendem a “colocar pra fora” os grãos inteiros;
  • Pets possuem poucas papilas gustativas, por isso, aquela história de “enjoar da ração” não acontece, de fato;
  • O Ph do estômago dos cães é bem mais ácido do que o nosso, e além disso, em geral, é adaptado para refeições de maior volume e mais rápidas.

Cachorro comendo em pote de ração.

Ofereça sempre uma alimentação de qualidade para seu cão e gato

Manter a nutrição de cães e gatos balanceada e com qualidade é essencial para que eles sempre tenham saúde e bem-estar. Por isso, nunca deixe de entender suas necessidades para oferecer o que há de melhor e garantir uma vida longa e saudável ao seu filho de quatro patas.

Fonte: PetLove