Quase todas as pessoas que desejam perder medidas já pensaram em alternativas para acelerar o processo. No entanto, a ideia de se submeter a uma cirurgia plástica como a lipoaspiração nem sempre é uma opção viável ou acessível. Mas, graças aos avanços tecnológicos, uma técnica não cirúrgica pode ajudar nesse objetivo: a criolipólise. Embora seja popular, o procedimento ainda é cercado de dúvidas, inseguranças e polêmicas. Afinal, qual é a verdade sobre esse tratamento estético?
O que é criolipólise?
Jorge Luiz Abel, cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e tesoureiro da regional SBCP-SP, explica que a criolipólise tem como finalidade eliminar a gordura localizada através do esfriamento dos adipócitos (células de gorduras).
O tratamento é considerado não invasivo, pois não necessita de cortes, nem anestesia e internação, sendo realizado apenas com um aparelho de sucção específico. “Além de fazer a sucção na área, ele resfria ao mesmo tempo, ocasionando congelamento, destruição e eliminação definitiva desses adipócitos”, detalha o médico.
O que você precisa saber antes de fazer a criolipólise
O cirurgião plástico destaca que, embora o procedimento tenha eficácia de até 27%, “não deve ser confundido como tratamento para emagrecer”. Ele reforça que dieta, consumo adequado de água e prática de atividades físicas são indispensáveis para qualquer pessoa que deseja reduzir medidas. Portanto, a criolipólise é indicada somente para “aquelas gorduras difíceis de serem eliminadas”, mesmo seguindo uma rotina saudável.
A quantidade de sessões é indicada conforme as necessidades individuais dos pacientes. Segundo o portal “cirurgia.net”, o valor médio vária de R$ 300 a R$ 1.000, dependendo da área tratada.
Criolipólise é segura?
O tratamento ganhou destaque em 2021, após a supermodelo dos anos 1990, Linda Evangelista, expor ter ficado “desfigurada” após realizá-lo. Além dela, a jornalista Estela Lopes viralizou nas redes sociais neste ano ao mostrar uma grave queimadura ocasionada pelo aparelho. Apesar de possíveis, Jorge Luiz afirma que graves efeitos colaterais são raros.
Entre os efeitos colaterais comuns, o médico lista: hematoma, coceira, sensibilidade, purido e dormência nas áreas que estão sendo tratadas. No entanto, todos são passageiros e pouco incômodos.
José Roberto Fraga Filho, dermatologista, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e diretor clínico da clínica Dermagynus, explica que o caso de Linda Evangelista é chamado de Hiperplasia Adiposa Paradoxal, que acontece de “forma muito rara, 0,025%”. A condição em questão é um efeito rebote do objetivo da criolipólise, resultando em hipertrofia das células de gordura.
Sobre o caso de Estela Lopes, o dermatologista explica que, “apesar de aparentemente ser inofensivo, é possível ocorrer queimaduras graves pelo frio, levando a formação de bolhas e perda de tecido saudável”.
Para evitar tais consequências, ambos os especialistas alertam sobre a importância de procurar profissionais capacitados na técnica, que pode ser realizada em consultório médico ou clínica de estética.
Por fim, José Roberto lista outros três pontos de atenção necessários antes de realizar a técnica: verificar se o material utilizado é totalmente descartável e descartado no final do procedimento; checar se o equipamento e os materiais utilizados têm registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); questionar a qualidade do equipamento e se as manutenções preventivas estão em dia.