Enologia

Dia do Enólogo: do campo à taça, ele é a alma do vinho

Foto: Reprodução Freepik
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Bento Gonçalves é a capital do vinho do Brasil. Não por acaso, a “Escola de Viticultura e Enologia”, a primeira do Brasil, nasceu no município no dia 22 de outubro de 1959. A escola é uma visita obrigatória na agenda de estudiosos e amantes do vinho, hoje como parte do IFRS (Instituto Federal do Rio Grande do Sul). A primeira escola de enologia do mundo surgiu em 1876, na Itália. No dia 22 de outubro de 1976, também foi regulamentada a profissão de Enólogo no Brasil. Desde então, é comemorado nessa data o Dia do Enólogo

O enólogo participa desde o início da produção do vinho, estudando sobre o solo e o clima em que ocorrerá o plantio da uva, compreendendo qual espécie da fruta se encaixa melhor às condições locais. Após a colheita e a pisa das uvas, o profissional atua no controle de qualidade, cuidando de processos como fermentação, estabilização e envelhecimento, além de decidir o momento ideal para o envase. O especialista realiza uma análise sensorial para certificar que o produto atenda às expectativas, permitindo que seja comercializado. Assim, o enólogo escolhe a história que cada garrafa vai contar.

São os enólogos que auxiliam os produtores rurais a tomarem as melhores decisões para o solo de um vinhedo, o momento correto para a colheita das uvas e outras etapas da produção. As principais atividades realizadas por esse profissional dos vinhedos são o monitoramento da análise de solo e clima para a tomada de decisão sobre o melhor tipo de uva para produção e testes em etapas como fermentação, envelhecimento e conservação da bebida na adega. Isso engloba a necessidade de conhecimentos em temas como bioquímica, botânica e climatologia. Estas características são fundamentais para o bom desenvolvimento de projetos enológicos em países com crescimento de produção, como o Brasil.

A vitivinicultura na Serra Gaúcha

O Rio Grande do Sul é o maior produtor de vinhos do Brasil, com mais de 600 vinícolas ativas. Na Serra Gaúcha estão localizadas as cidades de Bento Gonçalves, conhecida como a Capital Nacional do Vinho; e Garibaldi, que leva a alcunha de Capital Brasileira do Espumante. Ambas representam números expressivos de produção de uva e itens derivados da fruta, além da atividade turística bem consolidada, derivada, em grande parte, de roteiros e atrativos relacionados ao mundo dos vinhos e espumantes. O grande diferencial da região é a cultura que envolve a tradição e a paixão pelo vinho, trazidas pelos imigrantes italianos, que se tornou algo natural. O terroir propício ao cultivo de variedades de uvas para elaboração de bons vinhos e espumantes também é importante, já que traz uma identidade bem definida aos produtos e torna a competitiva essa região produtora.

O que o enólogo faz

  • Acompanha todo o processo: Supervisiona o processo produtivo, que inclui desde a análise do solo e a escolha das mudas de videira até a colheita e a elaboração do vinho. 
  • Domina a ciência do vinho: Seu trabalho exige conhecimentos em química, física, bioquímica, microbiologia e fisiologia, além de dominar técnicas de vinificação, envelhecimento e armazenamento. 
  • Garante a qualidade: Trabalha para que as uvas de qualidade resultem em vinhos de qualidade, considerando fatores como terroir, aroma e equilíbrio. 
  • Inova e pesquisa: Pode ser responsável por pesquisar e implementar técnicas inovadoras para melhorar o processo de produção.