Cultura

Vínculo entre pai e filho é tema do novo espetáculo de Fábio Cuelli com estreia em Caxias do Sul

Foto: Geppetto/Crédito Douglas Trancoso
Foto: Geppetto/Crédito Douglas Trancoso

“Os pais sempre cuidam dos filhos. Com o tempo, os filhos passam a cuidar dos pais”. É com essa reflexão sobre a passagem do tempo e a inversão dos papéis familiares que o personagem interpretado por Fábio Cuelli dá início ao espetáculo “Geppetto”, que estreia no dia 11 de julho (sexta-feira), às 19h, no Espaço Cultural Tem Gente Teatrando, em Caxias do Sul.

Com texto de Nelson Diniz e direção cênica de Liane Venturella, a peça foca na relação entre pai e filho, usando como referência a clássica história “As Aventuras de Pinóquio”, publicada pelo italiano Carlo Collodi em 1883. Na versão de Diniz, o filho já adulto de Geppetto busca entender quem realmente é o seu pai, quem são os Geppettos e os Pinóquios que vivem em nós. O cenário é uma oficina, com ferramentas de marcenaria, pedaços de madeira e blocos de argila: as matérias-primas para as criações do filho que, além de médico, seguiu o ofício do pai e tornou-se escultor.

É nesse contexto que o monólogo mergulha na jornada sobre criador e criatura, sobre  esculpir e ser esculpido, sobre legado paterno e responsabilidades que aos poucos recaem sobre os filhos. Em cena, Cuelli utiliza-se de boneco híbrido e marionete para apresentar essa nova leitura de Geppetto, personagem que já se tornou clássico no imaginário popular.

“Tive inúmeras conversas com o Nelson Diniz, que assina o texto, sobre a roupagem que daríamos ao Geppetto neste espetáculo. Para além da história de Collodi, buscamos explorar essa relação com a figura paterna, muitas vezes constituída por silêncios, omissões e verdades, que fazem de nós o ‘Pinóquio’ que escolhemos ser. Também pensei a respeito de como nos preparamos para assumir a responsabilidade que é cuidar dos nossos pais, considerando que somos uma população que vive cada vez mais e tem menos filhos”, explica o ator.

Foto: Geppetto/Crédito Douglas Trancoso

Mestre em Teatro pela UFRGS e com mais de duas décadas dedicadas à arte, Fábio Cuelli experimenta uma novidade em “Geppetto”: pela primeira vez na carreira, o ator opera som e luz direto do palco. Para quem assiste, é como se o protagonista estivesse montando a peça ao vivo, brincando com as possibilidades sonoras e de iluminação, o que dialoga com a história: afinal, Geppetto e o filho fazem suas criações por meio das marionetes.

“A escolha de operar som e luz direto do palco é para que o clima do espetáculo se concretize para o público, passando a sensação de estar junto no atelier. Eu, Fábio, enquanto realizo as criações das máscaras, na minha casa, normalmente vou buscando músicas ou entrevistas e vídeos que me ajudam a potencializar aquele momento de criação. Já para compreender as formas da máscara, brinco com as luzes, e assim compreendo as sombras e o volume”, conta o artista.

Depois da estreia, no dia 11 de julho, “Geppetto” terá sessões extras nos dias 12 e 13 (sábado e domingo), também às 19h, dentro da programação do projeto Teatro Para Todos, da Tem Gente Teatrando. Para essas apresentações, os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada para estudantes, idosos e compras antecipadas).

espetáculo “Geppetto” é uma realização dos grupos Máscara EnCena e Miseri Coloni, com recursos do Financiarte – Financiamento da Arte e Cultura Caxiense.

Foto: Geppetto/Crédito Douglas Trancoso

Serviço
:: O que: estreia do espetáculo “Geppetto”, com Fábio Cuelli.
:: Quando: 11 de julho (sexta-feira), às 19h.
:: Onde: Espaço Cultural Tem Gente Teatrando (Rua Regente Feijó, 37, bairro Rio Branco, Caxias do Sul).
:: Quanto: entrada gratuita; reservas pelo e-mail [email protected].
:: Sessões extras: dias 12 e 13 de julho (sábado e domingo), às 19h, na programação do projeto Teatro Para Todos, com ingressos a R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada para estudantes, idosos e antecipados).

Ficha técnica
:: Concepção e atuação: Fábio Cuelli
:: Direção cênica e dramaturgia: Liane Venturella
:: Assistência de direção: Alexandre Borin
:: Texto: Nelson Diniz
:: Direção de arte: Maurício Casiraghi
:: Marionete e boneco híbrido: Mario de Balenti
:: Construção das cabeças: Fábio Cuelli
:: Cenografia: Mario de Balenti e João Luiz Cuelli
:: Projeto de iluminação: Maurício Casiraghi
:: Execução do projeto de iluminação: Sandro Martins
:: Fotos e designer gráfico: Gio e Doug
:: Trilha sonora original: Beto Scopel
:: Canção original (composta e interpretada): Adriano Iurissevich
:: Figurinos: Vitor Pedroso
:: Produção: Clerí Ana Pelizza
:: Assessoria de imprensa: Sublinha! Comunicação
:: Realização: Máscara EnCena e Miseri Coloni