Adolescentes que cumprem medidas socioeducativas no Centro de Atendimento Socioeducativo – CASE de Caxias do Sul receberão, a partir da próxima segunda-feira, dia 09 de junho, uma série de oficinas de Cultura Hip Hop. As atividades integram o projeto Hip Hop – Conhecimento e Ação, que oferecerá aulas de Poesia Marginal, Rima, Graffiti e DJ para um grupo de aproximadamente 20 meninos na faixa etária de 15 a 20 anos.
Os módulos serão ministrados por quatro arte-educadores com experiência artística e também no ensino para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. O time é formado por Piedro Augusto Correa (Poesia Marginal), Douglas Gonçalves (Rima), Felipe Borges (Graffiti) e Rudimar Camargo (DJ).
Na aula de Poesia Marginal, os alunos vão aprender sobre a história dessa modalidade literária, conhecer referências de artistas locais e nacionais, além de praticar escrita e interpretação de poesia. A ideia é que os adolescentes aprendam sobre linguagem corporal e como expressar os sentimentos e a realidade em que vivem de forma crítica. Já na oficina de Rima, estão previstas noções sobre a história do rap brasileiro, escrita de música autoral, dinâmica de palco, trabalho corporal e vocal, bem como técnicas de gravação de músicas.
A oficina de DJ, por sua vez, exibirá documentários de contextualização histórica, além de ensinar sobre manuseio de equipamentos toca-discos, como local de contato e mixer. Também serão praticados recursos para criação e gravação de vinhetas e efeitos sonoros através do padis. Já nos encontros sobre Grafitti, os alunos vão debater o surgimento desta cultura, os pioneiros, os estilos e suas ramificações. Os alunos serão incentivados a criarem o próprio scketchbook, o caderno de desenho do grafiteiro, e vão aprender a como levar suas ideias do papel para a parede. A parte prática prevê o ensino de técnicas de pintura com spray, luz e sombra e degradê, além da pintura de mural como finalização do projeto.
“O CASE é um dos lugares em que a gente mais enxerga vulnerabilidade, porque ali é o final da linha, né? Depois dali, que já é um cenário de aprisionamento, talvez o único caminho que o jovem tenha seja a morte. Então, proporcionar o contato com a arte, trazer essa vivência, pode mostrar um caminho alternativo. A gente não se coloca como salvadores, até porque os problemas da vida vão estar ali com eles, mas talvez a arte e o Hip Hop possam ser uma válvula de escape e até uma futura profissão para essa molecada”, avalia o arte-educador Piedro Augusto Correa, um dos idealizadores do projeto.
As aulas serão realizadas segundas e quintas, com turnos das 10h às 11h30 e das 14h às 15h30, seguindo até o mês de outubro. O projeto Hip Hop – Conhecimento e Ação conta com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, por meio de edital da Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul.