Mostra é alusiva aos 150 Anos da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul
Até 30 de outubro, o Museu do Imigrante de Bento Gonçalves sedia a mostra “Merica merica, cosa sarala ‘sta Merica?”, organizada pela Associação Nacional de Emigrados e Ex-Emigrados das Américas e Austrália (Anea Brasil). Documentos, cartas, passaportes, atestados de saúde e fotografias registram a saga da imigração para, até então, terras desconhecidas, trazendo na bagagem a esperança e a cultura, a religiosidade e o trabalho, o amor à terra e alegria. A partida para o novo deixa no país de origem o sentimento de saudades, sendo que o deslocamento era necessário para sobrevivência.
A curadoria do artista visual Ademir Gurgel traça esses sentimentos das partidas e chegadas, criando uma crônica universal e histórica de relatos no tempo e no espaço preservando a memória coletiva. Da vida difícil na Itália, o empreendimento também se mostrou rigoroso, onde tiveram que fazer tudo do zero, falando de como eram as terras designadas para os pioneiros. No entanto, o afeto permeia as relações distantes, para além das dificuldades. A vida se renova no outro lado do Atlântico, formando a base civilizatória de Bento Gonçalves e região.
Para a presidente da ANEA-Brasil, Gabrielle Gugel, a “Merica Merica” é uma elegia sobre a resiliência.
“A gente sabe que a imigração ítala precisou de coragem para partir da sua nação, do seu berço, das suas raízes. Procuramos focar na parte documental, pois revelam e registram o processo histórico o qual podemos depreender os laços de identidade, de família, de subjetividades. Falam diretamente às vivências e das mudanças que precisaram para sobreviver”, destaca Gabrielle.
O acervo pertente a Ademir Gugel e de associados traçando, por meio das novas raízes, a vinda de famílias como Brandelli, Pompermayer, Rasador, Cavalett, entre outras, que emprestaram itens para compor o mapa migratório da exposição.
“É fonte de informação, de conhecimentos e de preservação, pois atestam um valor documental precioso para as transformações históricas de Bento Gonçalves. São registros, narrativas que mostram a dinâmica das causas e efeitos da imigração, de alto valor para a continuidade para as pesquisas. Além disso, também possui um alto valor patrimonial, mostrando a importância da salvaguarda de documentos, ampliando as percepções e compreensões identitárias italianas”, ressalta a museóloga Deise Formolo.
A exposição também presta homenagem ao Bicentenário da Imigração Alemã no Rio Grande do Sul, comemorado em 2024.
Serviço
O que: “Merica merica, cosa sarala ‘sta Merica?”, da ANEA-Brasil
Período de visitação: até 30 de outubro de 2025
Horário: de segunda a sábado, das das 8h às 12h e 13:30 às 17h
Onde: Museu do Imigrante – Rua Herny Hugo Dreher, 127, bairro Planalto