MARGS inaugura exposição 'Carlos Pasquetti – Espaços para esconderijos'

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) apresenta a exposição “Carlos Pasquetti — Espaços para esconderijos”, primeira grande mostra monográfica institucional dedicada a oferecer uma visão histórica e retrospectiva sobre a obra do artista e professor falecido em 2022.

A ampla retrospectiva ocupa todos os espaços expositivos do 1º andar, destacando o pioneirismo e a relevância de Carlos Pasquetti como um dos mais consolidados referenciais do desenvolvimento do pensamento artístico contemporâneo no Estado.

Reunindo acervos institucionais e coleções particulares, a mostra apresenta obras de reconhecida importância, junto de trabalhos históricos resgatados e recuperados, além de proposições inéditas realizadas especialmente para a mostra, a partir de projetos deixados pelo artista.

Realizada pelo MARGS em colaboração com o Acervo Pasquetti (projeto mantido pela família para gestão do acervo do artista e a catalogação de sua obra), a exposição é a maior pesquisa até aqui a proporcionar uma imersão profunda e compreensiva sobre a importante produção do artista gaúcho, oferecendo a oportunidade de vislumbrar todo o escopo e a amplitude de suas contribuições para a produção artística.

O título “Espaços para esconderijos” vem de emblemáticos trabalhos de Pasquetti dos anos 1970, em fotografia e desenho, que têm como mesmo motivo a imagem e as formas das chamadas “medas” (os amontoados de feixes de feno). Essa referência é evocada por ser um exemplar icônico entre os signos visuais cultivados pelo artista em seu universo conceitual e criativo. Ao mesmo tempo, remete a um momento de obras prenunciadoras e bastante indicativas do tom de estranheza, enigma, ambiguidade, mistério e ironia, que seria assumido por grande parte da sua produção.

Dando sequência a um conjunto de exposições monográficas inéditas de artistas que integram o acervo do MARGS, “Carlos Pasquetti — Espaços para esconderijos” tem curadoria de Francisco Dalcol, diretor da instituição, e dos curadores convidados Alexandre Copês e Nelson Azevedo, artistas que conviveram com Pasquetti no cotidiano de seu ateliê, proporcionando ao projeto uma profunda intimidade com os seus trabalhos e o seu universo criativo.

Revisitando também a relação de Pasquetti com o MARGS, que conta com obras do artista no acervo e apresentou três mostras individuais suas entre os anos 1970 e 1990, a exposição dá sequência ao programa expositivo “História do MARGS como história das exposições”. Seu objetivo é trabalhar a memória da instituição abordando a história do Museu, as obras e a constituição do acervo, a trajetória e a produção de artistas que nele expuseram, a partir de projetos curatoriais que assinalam episódios, eventos e exposições emblemáticas do passado, de modo a compreender sua inserção e recepção públicas.

Sobre Carlos Pasquetti

Em sua produção artística, desenvolvida ao longo de mais de 50 anos, Pasquetti explorou filme, fotografia, impressos, fotoperformance, desenho, pintura, objeto, elementos gráficos e instalação, sempre combinando e alternando suportes e linguagens. Sua atuação se inicia no contexto do experimental e dos conceitualismos das vanguardas artísticas das décadas de 1960 e 70, incluindo o envolvimento com o grupo Nervo Óptico (1976-1978), passando depois a acompanhar a pluralidade artística que se segue aos anos 1980. No conjunto, sua diversificada obra constitui um dos legados mais significativos, desde o Sul do Brasil, para o alargamento das convenções artísticas modernas e a abertura das práticas e linguagens artísticas contemporâneas.

Nascido em Bento Gonçalves (RS), Pasquetti se iniciou artisticamente no ambiente familiar com o pai fotógrafo, também organizador de grupos de teatro. Estudando em Porto Alegre nos agitados anos 1960, graduou-se em Pintura pelo Instituto de Artes da UFRGS em 1971. Dois anos depois, tornou-se professor na universidade. Nos mais de 40 anos em que deu aulas para estudantes de artes cênicas e artes visuais, influenciou gerações de artistas, que encontravam nele um sólido referencial de abertura e estímulo para novas ideias e possibilidades artísticas.

O MARGS é uma instituição da Secretaria da Cultura (Sedac). O plano de recuperação, exposições e atividades educativas do Museu conta com patrocínio direto do Banrisul e com patrocínios via Lei de Incentivo à Cultura Federal do Santander, da Hyundai e da EDP.

Serviço
Exposição “Carlos Pasquetti — Espaços para esconderijos”
Quando: Em exibição até 29 de março de 2026. Visitação de terça-feira a domingo, das 10h às 19h (último acesso 18h)
Onde: 1º andar expositivo do MARGS (Praça da Alfândega, s/n°, Centro Histórico de Porto Alegre)
Entrada gratuita