Dança

Espetáculo “Sussurros da Floresta” une tecnologia e mitos ancestrais em Caxias do Sul

Foto: Sussurros Da Floresta/Crédito Tatieli Sperry Arte Paulinha Suzuki
Foto: Sussurros Da Floresta/Crédito Tatieli Sperry Arte Paulinha Suzuki

A natureza e seus elementares, as entidades e os seres da mata são referências e personagens para do espetáculo “Sussurros da Floresta”, que será apresentado nos dias 18 e 19 de outubro, às 20h, no Moinho da Cascata, em Caxias do Sul. A montagem concebida pela artista visual Paulinha Suzuki une projeção mapeada e dança contemporânea para propor reflexões sobre as condições do planeta e a relação dos seres humanos com as outras espécies que também habitam este mesmo ecossistema. A proposta é realizada com recursos da Lei Complementar 195/2022 – Lei Paulo Gustavo.

Seres das culturas indígenas, ameríndias e afro-brasileiras, simbolismos, mestiçagens e encantarias se cruzam na narrativa do roteiro do espetáculo, que é assinado pela escritora Adriana Antunes. Na concepção artística e projeção mapeada de Paulinha Suzuki, cinco bailarinos de dança estarão em interação com imagens de florestas, árvores e animais que serão projetadas no prédio do Moinho da Cascata, uma construção que faz parte do patrimônio histórico de Caxias do Sul. A direção coreográfica é da bailarina e coreógrafa Vanessa Carraro.

Na produção, a tecnologia da projeção mapeada se junta à presença de corpos dançantes e diversos para sugerir reflexões sobre as muitas manifestações de vida que habitam nas florestas. A proposta é fazer da arte imersiva um momento de reconexão do público com os elementos e as forças da natureza, conduzidos pelas narrativas da Mãe Terra. A Sumaúma, árvore sagrada da Amazônia, é referência dos materiais visuais que geraram imagens para o projeto.

Além das duas apresentações gratuitas, o projeto Sussurros da Floresta também contempla a realização de 10 oficinas de audiovisual gratuitas para jovens do ensino médio realizadas entre setembro e outubro. Nas atividades são ensinadas técnicas de projeção mapeada que culminarão com uma exibição especial na fachada do Moinho nos dias das apresentações.

Sobre o conceito do projeto e processo de criação:
De acordo com a artista visual Paulinha Suzuki: “As oficinas são parte essencial desse caminho. Ensinar jovens a transformar uma ideia em luz, a olhar um prédio e enxergar uma floresta possível, é também me lembrar por que comecei. Ver a primeira projeção deles acender na parede é como assistir a um broto rompendo a terra. Ali eu entendo que arte é continuidade: o que passa por mim precisa seguir adiante pelas mãos de outras pessoas. No palco, busco delicadeza com coragem. Quase tudo o que faço é um pedido de escuta: ao corpo, à cidade, ao tempo. Se eu puder te dar algo, que seja isso — um instante em que você sinta o mundo falar baixinho e perceba que a sua presença importa. No fim, deixo sementes. Porque acredito que um gesto pequeno, repetido com amor, é capaz de mudar a paisagem.”