O futebol perdeu nesta sexta-feira (29) o maior jogador de todos os tempos. O Brasil perdeu hoje o maior ídolo de sua história. O mundo perdeu hoje Pelé. O ex-jogador morreu aos 82 anos, após um período de internação no hospital Albert Einstein, em São Paulo. Edson Arantes do Nascimento não resistiu a complicações de um câncer no cólon e morreu em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Ele deixa seis filhos.
Pelé deu entrada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no dia 29 de novembro para uma reavaliação do tratamento por quimioterapia.
No último boletim divulgado, em 21 de dezembro, os médicos afirmaram que o câncer de cólon havia progredido e que o rim e coração de Pelé exigiam cuidados. Às 15h56 horas de hoje, o Rei do futebol teve seu óbito confirmado.
O velório de Pelé acontecerá na Vila Belmiro, estádio que foi sua casa durante 18 anos. Ele será enterrado no Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, onde o Rei do futebol tinha um espaço reservado desde 2003.
O maior de todos
Principal artilheiro da história da seleção brasileira, com 95 gols, Pelé é considerado o maior jogador da história do futebol. Defendeu o Santos por quase 20 anos e, pela equipe nacional, conquistou três Copas do Mundo, em quatro participações.
Edson Arantes do Nascimento nasceu na cidade mineira de Três Corações em 23 de outubro de 1940. No entanto, passou boa parte de infância e adolescência em Bauru, no interior de São Paulo. Foi lá que o futuro astro do futebol começou a jogar, influenciado pelo pai, Dondinho.
Em seguida, Pelé fixou residência em Santos, mas virou um autêntico cidadão do mundo graças do futebol. Primeiro, como jogador profissional. Depois da aposentadoria, em razão de compromissos como garoto-propaganda e embaixador do esporte.
O ídolo do esporte deixa seis filhos, três de seu casamento com Rosemeri Cholbi (Kelly Cristina, Edinho e Jennifer), dois da união do Assíria Lemos (Celeste e Joshua), além de Flávia Christina, fruto de uma relação extraconjugal. Sandra Regina, filha que conseguiu o reconhecimento de paternidade de Pelé na Justiça, morreu em 2006.
Fez Santos e seleção virarem gigantes Conhecido como o “Rei do Futebol” e o “Atleta do Século”, Pelé foi três vezes campeão do mundo com a seleção brasileira, a primeira delas com apenas 17 anos. Marcou dois gols na final de 1958 contra a Suécia. Quatro anos depois, já considerado o melhor jogador do planeta, chegou ao Mundial do Chile como o grande nome da seleção. Mas se machucou na primeira fase, e acabou vendo do banco seus companheiros conquistarem o bicampeonato.
Em 1970, na Copa do México, vestia a camisa 10 daquela que é considerada até hoje uma das maiores equipes da história dos esportes coletivos. Depois do tricampeonato saiu carregado nos ombros de torcedores mexicanos. Ao longo da carreira, fez mais de 1200 gols, entre jogos do Santos, da seleção brasileira e do New York Cosmos (EUA), seu último clube.
Pelo time paulista, aonde chegou aos 15 anos, foi duas vezes campeão da Libertadores e do Mundial, e seis vezes campeão brasileiro. Aquela equipe se eternizou na história do futebol brasileiro e é desde então chamada de “o Santos de Pelé”.
Gênio da bola
Pelé era considerado um atleta completo: chutava com as duas pernas, era forte, habilidoso, sabia cabecear, bater falta, tinha visão de jogo e raramente se machucava.
Tinha um talento especial para cristalizar sua imagem em todos os cantos do planeta. É, de longe, a personalidade brasileira mais conhecida do mundo. Já a vida privada ficou marcada por polêmicas (como o não reconhecimento da paternidade de uma de suas filhas) que mancharam sua biografia diante dos brasileiros. Politicamente, é apontado como apoiador da ditadura civil-militar que governou o país durante a maior parte de sua carreira. Depois da redemocratização, foi ministro do Esporte, indicado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
Problemas de saúde
Os últimos anos da vida de Pelé foram marcados por graves problemas de saúde. Em 2014 o ex-jogador passou alguns dias internado com um quadro de infecção urinária. No mesmo ano ele passou por uma cirurgia para retirar cálculos renais, ureterais e vesicais, em cenário de obstrução ao fluxo urinário.
Em 2012, Pelé esteve internado no Albert Einstein para uma cirurgia no quadril. No procedimento, foi retirada parte do osso e colocada no lugar uma prótese de titânio e cerâmica. O ex-jogador sentia dores constantes no quadril, ao jogar tênis e até quando caminhava.
Fonte: UOL