A atriz e comediante Melissa McCarthy deveria começar a acreditar no ditado de que “qualquer publicidade é boa publicidade”, já que ganhou o prêmio Framboesa de Ouro de pior atriz do ano, não por um, mas dois filmes. O prêmio Framboesa de Ouro (Golden Raspberry Awards ou Razzies”) é entregue todos os anos na véspera do cobiçado Oscar para “celebrar” o pior do cinema – e encontrou alvos fáceis na comédia “Holmes & Watson” e no pornô soft “Cinquenta Tons de Liberdade”.
McCarthy, uma das atrizes mais populares de Hollywood, foi citada por seus papéis em “Crimes em Happytime” e “Alma da festa”, um filme definido pelo crítico Leigh Monson como “100 minutos de autoindulgência e tédio”. Mas os Framboesas, que afirmam ser um exercício construtivo de “zombaria catártica”, também concederam a McCarthy um Prêmio Redentor por seu desempenho indicado ao Oscar e amplamente elogiado como uma falsificadora em “Poderia me Perdoar?”
O crítico Joe Morgenstern disse que ela desempenhou o papel “com perspicácia infalível e entusiasmo feroz”. Mas o prêmio mirou mesmo em “Holmes & Watson”. A obra recebeu não apenas o prêmio de pior filme, como também de pior ator coadjuvante para John C. Reilly, pior diretor para Etan Cohen e pior remake ou sequência. O filme também foi indicado para pior ator, Will Ferrell, pior dupla em cena (Ferrell e C. Reilly) “por destruírem dois dos personagens mais queridos da literatura”, segundo os organizadores.
O presidente americano Donald Trump foi outro grande vencedor do Framboesa de Ouro. Ele foi consagrado como pior ator por aparições como ele mesmo em documentários como “Death of a Nation” e “Fahrenheit 11/9” (o último filme do diretor Michael Moore também recebeu um prêmio de pior atriz coadjuvante para a conselheira Kellyanne Conway). E o prêmio de pior dupla foi para “Donald J. Trump e sua eterna mesquinhez”, também pelos mesmos filmes.
O drama erótico “Cinquenta tons de liberdade” foi premiado como pior roteiro. A última parte de “Cinquenta Tons de Cinza” teve uma classificação de 12% no renomado site Rotten Tomatoes. Peter Travers, da Rolling Stone, escreveu que “nós atingimos oficialmente o fundo do poço. Chicotes, correntes e outras parafernálias sadomasoquistas não são nada comparados com a pura tortura de assistir a este filme”.
O Framboesa de Ouro foi concedido pela primeira vez em 1981 em uma sala de estar de Los Angeles, ideia de formandos de cinema da UCLA e veteranos da indústria que escolheram a framboesa – um símbolo de escárnio – para “honrar” o pior dos filmes de Hollywood.
Fonte: Correio do Povo/ Foto: Tolga Akmen / AFP / CP