Locadora de veículos cita a baixa demanda e o alto custo de manutenção para justificar a troca
A Hertz, empresa de locação de veículos, anunciou na quinta-feira, 11, a venda de aproximadamente 20 mil carros elétricos da sua frota nos Estados Unidos. Esse número equivale a cerca de um terço da sua frota global de Veículos Elétricos (EVs).
Ao mesmo tempo, a empresa declarou reinvestir parte dos recursos provenientes da venda na compra de veículos com motor a combustão. Segundo o documento, o principal motivo da troca é a baixa procura por modelos elétricos e o alto custo de manutenção em comparação com os veículos convencionais.
As vendas, iniciadas ainda em dezembro de 2023, devem ocorrer ao longo de 2024. De acordo com o documento, os veículos elétricos detidos para venda permanecerão elegíveis para aluguel na frota da empresa durante o processo de venda.
Custos adicionais
Para a venda, a Hertz reconhece um custo de US$ 245 milhões em despesas incrementais de depreciação líquida dos modelos. O encargo não monetário, segundo a empresa, representa a redução dos valores contábeis dos EVs em dezembro de 2023 aos seus valores justos, descontando as despesas relacionadas à alienação dos veículos.
“A empresa não espera que esta redução da frota de EV e a correspondente adição de veículos ICE [à combustão] tenham um impacto material nas suas instalações de securitização garantidas por ativos, nem prevê a necessidade de fazer contribuições adicionais em dinheiro para essas instalações como resultado desta ação estratégica”, afirma a empresa em comunicado.
Além da troca, a empresa prevê impacto negativo nos resultados do quarto trimestre de 2023 causado pelas despesas incrementais de depreciação líquida associadas ao plano de vendas de VEs, por exemplo. Além disso, contam com a oneração por despesas de depreciação mais altas no curso normal, uma vez que os valores residuais dos veículos geralmente caíram ao longo do trimestre.
Em 2021, a Hertz havia anunciado a intenção de comprar 100 mil veículos elétricos da Tesla nos anos seguintes. A mudança pelos veículos a combustão em 2024 é reflexo da desaceleração da demanda em 2023. No último trimestre do ano, o crescimento do setor foi de apenas 1,3%.
Fonte: Estadão