O Let’s Jazz! Festival encerrou na noite de domingo (29) entrando oficialmente no calendário de eventos musicais do Estado e marcando a vida cultural da Serra Gaúcha.
Pela primeira vez, um festival do gênero foi realizado em Caxias do Sul, e reuniu em três dias de programação artistas de renome internacional, como Derico & Trio Brasa Gente, Roberto Menescal e Cris Dellano, e Yamandu Costa, além bandas estaduais, como Luana Pacheco e Trio, Mamma Doo, Quarteto New Orleans, Gisa Londero e Camila Toledo.
Desde sexta (27), mais de 15 atrações musicais e de dança se apresentaram nos dois palcos montados no Jockey Clube da cidade. Além dos shows, 10 casais da escola parceira Oito Tempos fizeram uma coreografia ao som de “Dancing Queen”, do ABBA, na voz da banda caxiense Mamma Doo.
Em clima de intimismo e conforto, com mesas, cadeiras e sofás espalhados pelo espaço coberto, mais de 700 pessoas prestigiaram a primeira edição do Let’s Jazz! Festival. E a democratização podia ser sentida na plateia, com pessoas de todas as idades.
“Nosso objetivo foi sempre primar pela qualidade musical. E pela reação do público, conseguimos. Reunimos uma plateia bem diversificada, não só da Serra Gaúcha, mas de outras cidades, como Erechim, por exemplo. Um público qualificado, que aprecia realmente o jazz e todas as suas vertentes musicais. Foi um evento maravilhoso”, avalia Charles Tonet, idealizador e um dos organizadores do Let’s Jazz! Festival.
Ainda de acordo com Tonet, o evento deve se repetir no próximo ano. “Com base na experiência desta primeira edição, queremos aprimorar o Let’s Jazz! para torná-lo ainda melhor. Ainda não sabemos em que época realizaremos o próximo evento, mas ele vai ocorrer, sim, em 2023”, revela animado.
Para cantar junto
Com unanimidade, as três atrações principais do evento – Derico & Trio Brasa Gente (27), Roberto Menescal e Cris Dellano (28) e Yamandu Costa (29) – foram aclamadas pelo público. Em duas horas de show, o saxofonista e flautista Derico e sua banda impressionaram com os instrumentos que deram voz à plateia, que cantou junto músicas de Tim Maia, João Bosco, Tom Jobim, Gilberto Gil, Dominguinhos, Djavan e até Michael Jackson.
Famoso pelo protagonismo nos extintos programas comandados por Jô Soares na Globo e no SBT, o bem-humorado Derico também divertiu o público com as histórias e piadas contadas durante o espetáculo.
“Foi um privilégio abrir o Let’s Jazz! Festival, que tem apresentações de altíssimo nível. O público foi super receptivo. Tocamos, cantamos, nos divertimos. Tocamos músicas pop, jazz, choro, samba, foi demais! Tudo com linguagem instrumental. O público não saiu nem por um minuto”, afirmou Derico Sciotti, que ainda circulou pelo evento.
Celebração de uma carreira de seis décadas
Aplaudidos de pé, Roberto Menescal e Cris Delanno fizeram um show histórico no sábado (28). Pela primeira vez em Caxias do Sul, os parceiros de palco há mais de 20 anos emocionaram os fãs com um espetáculo que homenageou as seis décadas da entrada da bossa nova no mundo e saudou a cantora Nara Leão, que completaria 80 anos em 2022.
Depois de 1h30min de show, Menescal e Cris ainda atenderam com muita gentileza a uma grande fila de admiradores para fotos em frente ao palco. Antes de ir ao camarim, Menescal ainda ficou por alguns minutos assistindo a apresentação da cantora caxiense Gisa Londero.
“Estou muito feliz de tocar no Let’s Jazz! Festival. Eu não sabia qual seria a reação do público. Conheço muito o Rio Grande do Sul, Porto Alegre, mas não conhecia Caxias do Sul. Fiquei muito contente com a receptividade. A organização está de parabéns por ter criado este festival com tantas nuances da música. Um festival que não é só de jazz, só de samba, mas que traz todas as características musicais do Brasil. Eu fiquei muito feliz e juro que vou voltar. Vocês (organização) vieram com tudo!”, afirmou Menescal logo após a apresentação.
De volta à cidade
A noite de domingo (29) encerrou com chave de ouro com uma das apresentações mais aguardadas do Let’s Jazz! Festival. Radicado em Portugal, o gaúcho de Passo Fundo Yamandu Costa trouxe em pouco mais de 1h de show todo o seu virtuosismo com o violão de sete cordas, fazendo um apanhado das últimas composições, criadas durante a pandemia.
“Eu tenho uma história muito profunda e antiga com Caxias. Uma cidade que faz parte da minha formação. Desde 1995 eu comecei a frequentar a cidade. Tenho muitos amigos, músicos aqui. E voltar nestas circunstâncias é muito prazeroso, fico muito feliz de ver um festival de jazz. Esse evento que tem a bandeira do jazz é um evento que tem liberdade musical, de expressão que essa música traduz na sua essência. É muito eclético, porque você pode convidar tanta gente diferente, como é o meu caso, que não toco jazz tradicional, mas minha música tem muita improvisação e pode, sim, namorar com essa linguagem. Fico muito contente de voltar à essa querida cidade, desejando muita sorte ao evento. Que se repita, se repita, se repita”, disse Yamandu, que estava, nos meses de abril e maio, em turnê pela Europa e pelos Estados Unidos.
Fonte: MCom / Fotos/Créditos: Off Photo / Divulgação
