Disponível na Netflix, a 4ª temporada de La Casa de Papel, que inicou nesta sexta (03), repete as fórmulas que consagraram a série como um fenômeno mundial na gigante do streaming. O seriado tem roteiro pouco inovador, confrontos previsíveis entre bandidos e seguranças, feminismo didático até demais, tensão pela captura repentina dos ‘Dalís encapuzados’ e, acima de tudo, a capacidade de deixar o telespectador ansioso pelo próximo episódio.
Assim como ocorreu na primeira fase de La Casa de Papel, quando as resoluções da primeira temporada só foram resolvidas na segunda, a terceira depende da quarta para um desfecho. Ou, quem sabe, de uma quinta. Nos cinco primeiros episódios disponibilizados pela Netflix à imprensa, as resoluções para que o assalto à Reserva Nacional do Banco da Espanha soam insuficientes para encerrar o plano infalível do Professor (Álvaro Morte).
Os ladrões não contavam com informações importantíssimas, excluídas dos documentos oficiais, sobre a segurança da edificação. Desse modo, além de lidar com as negociações da cruel inspetora Alicia Sierra (Najwa Nimri) os bandidos com nome de cidades terão de enfrentar uma decisiva ameaça interna.
Infiltrado
Para prevenir contra um possível caos interno, um aliado secreto foi camuflado entre os reféns do assalto, carta na manga que só poderá ser utilizada em situação extrema, como uma luz no fim do túnel. O bandido infiltrado é também um elemento de provocação ao debate sobre transexualidade.
X9
Se por um lado o grupo teria um elemento surpresa para ajudar a enfrentar o caos, por outro, um dos ‘Dalís’ surta e se transforma em uma espécie de talarico suicida, gerando um racha interno. Ele ameaça dar um tiro no próprio pé ao se entregar à polícia e detalhar sobre o plano — ainda que ganhe a prisão como troco.
Feminismo didático
As mulheres da série são tão protagonistas da história quanto os assaltantes homens. A força, poder de liderança, exemplo de coragem, são características incontestáveis na personalidade de Nairóbi (Alba Flores), Tóquio (Úrsula Corberó) e Estocolmo (Mónica Gaztambide). Apesar disso, a trama impõe diálogos dispensáveis pelo caráter excessivamente didático para falar sobre questões de gênero — ainda que “mastigado”, há quem não entenda o peso do machismo.
Fonte: Terra / Foto: Reprodução internet