Os jornalistas bento-gonçalvenses Carina Furlanetto e João Paulo Mileski completaram neste domingo, dia 18, seis meses desde que partiram para a maior aventura das suas vidas. Eles deixaram tudo o que tinham em Bento Gonçalves para explorar a América do Sul em um Sandero 1.0. Desde então, já rodaram mais de 23 mil quilômetros, passando pelo Uruguai, descendo até o extremo sul da Argentina e seguindo para Chile, Bolívia e Peru, onde estão agora.

O objetivo do casal é passar ainda por Equador, Colômbia e Venezuela e na sequência todos os estados do Brasil antes de regressar ao Rio Grande do Sul. A meta dos aventureiros é gastar até R$ 100/dia, o que tornaria possível se manterem por dois anos na estrada. “Com o dinheiro que temos economizado somado ao que ganhamos do apartamento que alugamos, conseguimos viajar por dois anos gastando no máximo R$ 100/dia. Agora estamos um pouco acima disso porque acabamos de fazer uma revisão no carro. Mas se gastarmos mais, diminuímos o tempo, e caso gastarmos menos, podemos prolongar a expedição. Por isso o desafio, também, é não pagar por hospedagem. Já dormimos em campings gratuitos e em casas de pessoas que conhecem o projeto e nos convidam e também por Couchsurfing. E quando não temos onde ficar, acabamos dormindo no carro mesmo”, conta Mileski, relatando que não fizeram nenhuma adaptação para passar as noites no veículo. “Apenas baixamos os bancos e dormimos. Assim já foi por 72 noites. Conhecemos a maior parte da Carretera Austral e da Bolívia, por exemplo, dormindo no carro. Na Carretera também chegamos a ficar quatro dias consecutivos sem banho. Acabamos valorizando coisas simples, que antes passavam despercebidas, como um chuveiro, uma água quente e uma cama”, afirma.

Conforme Carina, ainda que o carro talvez não seja o que se convenciona como o ideal para esse tipo de expedição, a decisão foi parar de esperar pelas condições ideais e viver os sonhos com o que tinham, da forma que podiam. “Conhecemos pessoas viajando das mais variadas maneiras. Pedindo carona, com bicicleta, de Fusca e até Fiat 147. Nao há uma única forma, cada um tem a sua. O que fazemos pode parecer inviável para mutas pessoas, mas decidimos parar de esperar as condições perfeitas, porque talvez elas nunca aconteçam, e se acontecerem, pode ser que a nossa vontade de se jogar no mundo já não seja a mesma. Assim, com o carro que já tínhamos, do nosso jeito, estamos vivendo e realizando sonhos todos os dias”, conta

Além da Carreteira Austral, o casal já passou por outros pontos icônicos do continente, como o Ushuaia, Torres del Paine, Deserto do Atacama e Salar do Uyuni, além de escalar o vulcão Villarrica, em Pucon, no Chile. Entre as histórias que já acumularam pelo caminho, está o encontro com o ex-presidente do Uruguai, José Mujica. “Fomos visitar uma escola mantida por ele, no subúrbio de Montevidéu, e coincidentemente o encontramos no local, com uma camisa e uma calça surradas e crocs. Quase não acreditamos que era o ex-presidente do país. Ele ouviu a nossa história, nos incentivou dizendo que tem um amigo viajando pelo mundo de Fusca e desejou sorte na nossa aventura”, conta Mileski.

Eles escrevem sobre essas e outras experiências todos os dias nas redes sociais (Instagram.com/cronicasnabagagem e Facebook.com/cronicasnabagagem), onde também compartilham os gastos diários da viagem. O objetivo, ao final da expedição, é escrever um livro com as principais aventuras.

Fonte: Cronicasnabagagem / Foto: Divulgação