O Instituto de Oceanografia da Universidade Federal de Rio Grande (Furg) lançou um guia online e gratuito sobre as mães d’água e caravelas, animais que aparecem no Litoral gaúcho. A publicação de dez páginas fala sobre as espécias e orienta os banhistas sobre como proceder em casos de acidentes.

De acordo com o professor da Furg, Renato Mitsuo Nagata, a ideia surgiu há três anos quando foi questionado sobre as ocorrências de águas-vivas e do grande número de acidentes no verão. “Notei que isto era um problema especialmente grande em nosso Estado, então publicamos um estudo relatando mais de 250 mil acidentes no RS causados por águas-vivas entre 2017 e 2019”, conta.

Atualmente, acidentes com águas-vivas são mais frequentes no Rio Grande do Sul, destacou o professor. A justificativa, segundo ele, é devido a coincidência entre o pico de abundância da ocorrência desses animais e o período de veraneio, o que não ocorre em outros lugares do país. “Aqui também o registro é muito bem organizado e atualizado diariamente pelo Corpo de Bombeiros, algo que se deve valorizar bastante pois permite a realização de estudos sobre o assunto”, observou.

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A maioria das águas-vivas que aparecem nas praias, no entanto, são de espécies inofensivas. “Mesmo assim a população entra em desespero, então pensamos em lançar um guia com fotos atraentes e com descrições das espécies para ensinar a população a identificar o que representa um perigo real e o que é inofensivo.”

Além do professor Nagata, também participam do guia o médico dermatologista e pesquisador da Faculdade de Medicina da UNESP-Botucatu, Vidal Haddad Junior. “Ele é um grande especialista em animais marinhos perigosos. O médico cedeu várias fotos de lesões epidérmicas causadas por esses animais (as chamadas queimaduras) e elaborou a parte médica, com recomendações sobre o que fazer e o que não fazer em caso de um acidente”, relatou.

O professor da USP Álvaro Migotto, que também é fotógrafo, cedeu fotos dos animais, assim como os alunos do Laboratório de Zooplâncton da Furg que também cederam fotos desses animais nas praias, principalmente no Cassino. O aluno do mesmo laboratório, Douglas Rodrigues, fez uma ilustração para explicar como ocorre a injeção das toxinas na pele quando há contato com estes animais. Por fim, Nagata organizou as informações técnicas, colocando em uma linguagem mais acessível e organizou as fotos.

Fonte: CorreiodoPovo / Foto:  Alex Rocha / Palácio Piratini