Mulheres que desenvolvem projetos sociais em Garibaldi protagonizam mais uma edição da ação Mulher Modelo. Nesta edição, a advogada Ivonete Piletti Grossi e a pedagoga Marlise Maria Miotti tiveram sua trajetória eternizada em textos e fotos que ilustram uma exposição que irá percorrer diversos pontos do município.
Com a realização do projeto, as ações sociais desenvolvidas por estas voluntárias deixam o anonimato e passam a ser reconhecidas pelo esforço e talento dedicado aos temas que transformam a comunidade nas mais diversas áreas, como educação, assistência social, música e na causa animal.
A exposição iniciou o mês de março na Biblioteca Pública Municipal e Faculdade Fisul, seguindo agora para a Prefeitura de Garibaldi, onde ficará até o dia 27 de março e em seguida para a agência Sicredi da Rua Dante Grossi, de 27 de março até 04 de abril.
“Cada vez mais, enxergamos mulheres que atuam como modelo de caráter, doação e entrega para a comunidade e que merecem ser vistas, merecem ter mais holofotes. O mês de março é dedicado ao público feminino que merece não só visibilidade, mas respeito e reconhecimento”, comenta Neiva Nicaretta, idealizadora do Mulher Modelo.
Acompanhe as histórias:
Ao pensar em solidariedade, doação e entrega, o nome de Ivonete Piletti Grossi pode surgir na memória de muitos moradores de Garibaldi. Isso porque ano a ano, Ivonete tem se tornado referência em ações que ajudam de forma emergencial inúmeras famílias do município com itens básicos e essenciais, e que garantem a sobrevida de muitas pessoas em momentos decisivos. Além deste suporte, ela lidera projetos que transformam crianças e adolescentes em cidadãos mais educados, conscientes e felizes.
Ivonete coordena, atualmente, a Associação dos Canarinhos Cantores de Garibaldi, a Associação dos Amigos da Biblioteca Pública Municipal Frei Miguel, o Cecar (Centro Cultural e Artístico) e o projeto Corrente do Bem. Por isso, é procurada diariamente para prestar serviços à comunidade das mais variadas formas. Cada um dos projetos que atua, inevitavelmente, leva um pouco do jeito doce, carismático e autêntico de Ivonete, que é formada em Direito, é esposa de Gilberto e é a mãe de Fernando, Ricardo e Luisa, jovens que acompanham sempre que possível as ações solidárias capitaneadas pela mãe.
“Meu objetivo nunca foi aparecer, sempre quis ficar longe dos holofotes. Só consigo fazer o que faço porque o povo de Garibaldi é muito solidário, está sempre pronto para ajudar a quem precisa. Meu jeito é assim: sei que não vou conseguir colocar minha cabeça no travesseiro e dormir tranquila sabendo que não estendi a mão para um irmão necessitado”, afirma. Dentro do projeto do Coro dos Canarinhos, são 45 integrantes que podem participar a partir de 5 anos, ganhando transporte e lanche para participar dos ensaios semanais. “O coral é um projeto social. Cantar e dançar bem se tornam consequência dos ensaios, mas nosso objetivo é formar cidadãos do bem e que possam ter contato com uma realidade diferente. Às vezes, eles aguardam muito pelo lanche, pela conversa e pelo abraço que vão receber ali”, pontua Ivonete.
E foi justamente por integrar a direção do Coro dos Canarinhos que surgiu a ideia de criar o projeto Corrente do Bem. Em 2019, ao receber o pedido de ajuda de uma mãe de Garibaldi com quatro filhos e que passava fome, Ivonete decidiu compartilhar a história com os pais que faziam parte do grupo do coral. O que era para ser uma ação solidária pontual, no entanto, virou algo maior e inspirador: a união destes pais permitiu que outras pessoas da comunidade fossem contagiadas pelo espírito solidário e, atualmente, mais de 80 voluntários formam a Corrente do Bem.
Educação é a palavra que inspira e rege a caminhada da pedagoga Marlise Maria Miotti, ao aliar iniciativas voltadas ao âmbito educacional sem abrir mão da solidariedade que está presente em seu DNA. Professora há cerca de 35 anos, é bastante conhecida no município por garibaldenses de todas as idades que aprenderam mais sobre a Língua Portuguesa e Redação por meio das palavras e orientações atentas de Marlise. E além de ser reconhecida como referência em sala de aula, ela integra vários projetos sociais que transformam realidades de pessoas nas mais diversas situações.
O primeiro contato com projetos voltados a iniciativas solidárias de Marlise foi com a Sociedade Protetora dos Animais de Garibaldi Bicho Feliz, onde atua há quase uma década, especialmente junto do brechó da entidade. É por meio da curadoria de roupas e calçados, vendidos para a comunidade por preços acessíveis, que é arrecadada parte das verbas que mantem a entidade. A Bicho Feliz desenvolve um trabalho exemplar em prol dos animais abandonados de Garibaldi. “A gente ama nossos peludos! As minhas colegas da entidade trabalham principalmente no resgate dos animais e eu contribuo atuando no brechó. É uma causa que tenho paixão em ajudar”, descreve.
Além da causa animal, Marlise já foi parceira de atividades na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), ao desenvolver trabalhos de modelagem com turmas de alunos adultos. Por lá, foram pelo menos sete anos de trabalho voluntário, o que rendeu uma sensação de gratidão e, claro: desenvolvimento pessoal e humano. Há alguns anos, Marlise idealizou junto de outras pessoas um Grupo de Apoio ao Luto, cujos encontros ocorrem mensalmente no auditório da Associação de Pequenas e Médias Empresas (Apeme).
“Eu gosto de trabalhar com mulheres, sejam alunas ou professoras, porque sempre digo a elas: lembrem-se que casamento não é profissão. Estudem, tenham uma profissão, escolham a que quiserem: façam bolo, cortem grama, sejam engenheiras, médicas, o que quiserem. Vocês têm muita capacidade. Façam bem feito sempre”, encerra.