Imagem: Antigos vasos romanos usados na fabricação do vinho/Foto: Pompeii - Parco Archeologico/Reprodução/Facebook

A pesquisa foi publicada no último dia 23 de janeiro na revista Antiquity. Os autores são Dimitri Van Limbergen, do Departamento de Arqueologia da Universidade Ghent, na Bélgica, e Paulina Komar, da Faculdade de História da Universidade de Varsóvia, na Polônia.

Imagem: Jarros de fermentação romanos enterrados de Villa Regina, na comuna italiana de Boscoreale

“O qvevri é um recipiente de cerâmica em forma de ovo usado para fazer, envelhecer e armazenar o vinho”, afirma a Unesco. “O conhecimento e a experiência na fabricação de qvevri e na produção de vinho são transmitidos de geração em geração por meio de famílias, vizinhos, amigos e parentes, todos os quais participam em atividades coletivas de colheita e vinificação”.

Como resultado desse processo e da adição de leveduras naturais, o sabor do vinho romano era “ligeiramente apimentado” e exalava o aroma de “pão torrado, maçãs, nozes torradas e curry”, segundo os pesquisadores.

Vinho tinto ou branco?

Os especialistas também buscaram responder à pergunta se o vinho romano era tinto ou branco. Segundo eles, ao contrário da crença generalizada, parece improvável que a maioria da vinificação na Antiguidade fosse “branca”, ou seja, produzida por fermentação sem peles e sólidos de frutas.

“Em vez disso, a maioria das uvas, independentemente da cor de suas bagas, era vinificada de acordo com o que hoje chamaríamos de vinificação de vinho tinto, com todos os sólidos presentes pelo menos durante a fermentação primária”, contam os autores.

“Isso explica em grande parte a ampla variedade de cores dos vinhos antigos, conforme atestado nas fontes antigas, e a capacidade dos vinicultores romanos de produzir vinhos estáveis numa época sem aditivos e conservantes artificiais”, eles acrescentam.

Imagem: Vaso de cerâmica do sexto milênio a.C. decorado com motivos de uvas/Foto: D. Van Limbergen/ Georgian National Museum

“Ao contrário de tanques de concreto e aço inoxidável (que são neutros) e barris de carvalho (que adicionam sabores suaves de vanilina), ambos muito usados hoje, os recipientes de cerâmica podem contribuir com uma enorme variedade de propriedades sensoriais ao vinho por meio de sua porosidade e composição de argila, muitas das quais ainda precisam ser identificadas”, dizem os cientistas.