O recente anúncio do Future Sound Awards, um concurso internacional voltado para premiar músicas criadas com ajuda de inteligência artificial, está reforçando debates éticos e criativos.
A iniciativa vai premiar os três primeiros colocados com um total de US$ 10 mil e busca reconhecer o potencial criativo das ferramentas tecnológicas no setor. Com regras rígidas contra uso de material protegido por direitos autorais, o concurso promete ser um marco para quem utiliza IA de forma original.
De acordo com o relatório do International Music Summit aponta que mais de 60 milhões de pessoas utilizaram softwares de IA para compor músicas em 2024, mostrando que essa revolução não é mais tendência, mas realidade.
Para Jeff Nuno,especialista em distribuição digital e CEO da LUJO NETWORK, essa tendência não é passageira.
“A música está vivendo um momento de transição histórica. A IA não veio para substituir artistas, mas para abrir novas possibilidades criativas. Quem souber usá-la com inteligência vai sair na frente”, analisa.
Desafios éticos e o toque humano
A competição acontece enquanto cresce a polêmica sobre o uso de IA no setor cultural. Em países como o Reino Unido, mudanças na legislação de direitos autorais já levantaram protestos de grandes artistas, que temem ver suas obras usadas sem autorização. Jeff destaca que a inovação deve caminhar junto com a proteção legal.
“A tecnologia não pode atropelar o direito do criador original. Ao mesmo tempo, não podemos ignorar que a IA é uma ferramenta que democratiza o acesso à produção musical”, afirma.
“O que vai diferenciar uma música feita com IA é o toque humano. O artista que conseguir manter sua identidade mesmo com ajuda da tecnologia será lembrado. A máquina gera, mas a alma é nossa”, afirma Jeff Nuno.
Grammy da Música Feita com IA
O Future Sound Awards foi lançado para reconhecer criadores de músicas feitas com a ajuda de IA. As inscrições serão avaliadas com base em critérios como inspiração, processo criativo, vocais, letra e batida, além do número de execuções em uma parada dedicada.
Em meio a debates éticos e jurídicos cada vez mais acalorados sobre a IA, o regulamento do concurso estabelece que músicas com material protegido por direitos autorais serão desclassificadas. Os três primeiros colocados dividirão um prêmio total de US$ 10 mil.
O prêmio é patrocinado pelo World AI Creator Awards, uma competição mais ampla dedicada à criatividade com IA, organizada pela Fanvue, uma plataforma por assinatura que hospeda modelos virtuais, atletas, DJs e outros criadores. A premiação foi lançada no ano passado com o primeiro concurso de beleza para mulheres geradas por IA, e agora se expande para o universo da música.
O Future Sound Awards é uma “verdadeira celebração da democratização da música, e temos grandes ambições de transformar o prêmio no Grammy da música com IA”, disse Narcis Marincat, chefe de inteligência artificial da Fanvue, em comunicado.
O concurso surge em um momento em que a IA se torna uma ferramenta cada vez mais popular entre músicos — de amadores a profissionais. Segundo o Relatório de Negócios de 2025 do International Music Summit, mais de 60 milhões de pessoas usaram softwares de IA para criar músicas em 2024.
Destacando o potencial criativo da IA
Os organizadores do Future Sound Awards afirmam que querem destacar o potencial criativo da IA na música e como ela pode ser usada de forma responsável em todo o ecossistema musical.
Todas as músicas inscritas devem ser criadas e verificadas por meio da TwoShot, parceira do concurso, que permite aos usuários criar faixas a partir de uma biblioteca de áudio com direitos liberados e totalmente rastreável. Como os usuários da plataforma também podem fazer upload de seus próprios áudios, a ferramenta analisa automaticamente as faixas para detectar conteúdos protegidos por direitos autorais.
As inscrições aprovadas aparecerão em uma parada musical promovida pela plataforma de distribuição de áudio SoundCloud, e qualquer pessoa maior de 18 anos pode participar com faixas de qualquer gênero ou idioma. Não há taxa de inscrição.
Com informações da Forbes