Gente

Morre o estilista e ícone da moda Giorgio Armani, aos 91 anos

Giorgio Armani morre aos 91 anos — Foto: Reprodução/X
Giorgio Armani morre aos 91 anos — Foto: Reprodução/X

Morreu nesta quinta-feira (04), aos 91 anos, o estilista italiano Giorgio Armani. O designer ficou conhecido por sua moda minimalista, rigorosa e colaboração com o cinema.

Incentivado por seu companheiro, Sergio Galeotti, morto em 1985, o estilista fundou a Giorgio Armani em 24 de julho de 1975, dias após o seu 41º aniversário (ele nasceu em 11 de julho de 1934). Tarde para os padrões da indústria. Natural de Piacenza, no norte da Itália, Armani, filho de um contador, chegou a estudar Medicina (era fascinado por anatomia), mas não concluiu o curso. Passou pelo Exército e teve sua primeira experiência no métier como comprador na loja de departamentos La Rinascente, em Milão.

Na sequência, foi contratado para desenhar a linha masculina de Nino Cerruti e não parou mais. Em voo solo, estourou com uma ideia audaciosa: a desconstrução do terno. Armani revolucionou o guarda-roupa masculino:

“Estava motivado pelo desejo de modernizar a alfaiataria. Tudo avançava em outras áreas, mas, na costura, não. Quis usar tecidos novos e agradáveis, além de revisar o blazer, eliminando muito do forro e do enchimento. O resultado foi um novo look, que se tornou mais próximo do perfil do corpo e mais confortável. Eu apresentei a proposta nos anos 80 e a desenvolvi durante toda a década. As pessoas o usaram por sua aparência moderna, mas também porque era gostoso de vestir”, disse Armani em entrevista à ELA certa vez.

Em seguida, foi a vez das mulheres.

“Estava convencido de que tinha algo de autêntico a dizer nesta área. As próprias mulheres tinham o desejo de mudar, assim como os homens. Falando das diferenças, certamente tenho uma aproximação mais direta com a moda masculina. Posso provar aquilo que estou fazendo e sentir imediatamente a força e a fraqueza do blazer ou das calças, ou do ajuste da camisa. Na coleção feminina, a abordagem é mais mental e menos física, embora igualmente pragmática (palavra recorrente em seu vocabulário)”, observou o designer, considerado o rei do casual chique e da discrição.

O cinema teve papel-chave na escalada de Giorgio Armani. O filme “Gigolô americano”, de 1980, estrelado por Richard Gere vestindo a alfaiataria do estilista, é considerado um divisor de águas em sua trajetória:

“Eu diria que “Gigolô americano” foi um momento crucial na minha carreira. O longa marcou, de fato, a imagem coletiva dos anos 1980, transformando-se em um veículo da minha moda. Ajudou-me a ganhar notoriedade nos Estados Unidos, de onde uma grande quantidade de pedidos começou a vir.

Após o filme, Armani colaborou com outras 250 produções, como “Os intocáveis, de Brian de Palma, e “Beleza roubada”, de Bertolucci. “É um trabalho extremamente interessante, feito entre a narrativa, e que sempre estimula a minha criatividade”, contou Armani, um dos preferidos das estrelas no tapete vermelho.

Giorgio Armani lançou a Emporio Armani

Em 1981, o italiano lançou a Emporio Armani — um dos destaques da semana de moda de Milão. No ano seguinte, mais um feito: apareceu na capa da revista “Time”. Ele foi o primeiro estilista a conseguir a façanha depois de Christian Dior, em 1957. Ainda em 1982, Armani colocou no mercado sua linha de underwear. Aliás, as campanhas de roupas íntimas costumam fazer barulho. Pudera. David Beckham, Cristiano Ronaldo e Rafael Nadal posaram com as cuecas — e só com elas.

Giorgio Armani — Foto: AFP
Giorgio Armani — Foto: AFP

“Quando busco alguém para ser garoto-propaganda, não olho para um certo tipo físico, mas para atitude e personalidade”, justificou.

Com informações de O Globo