Viralizou nas redes sociais o relato do publicitário Rodrigo Barbosa, de 29 anos, que disse que a câmera de seu celular ficou danificada temporariamente após registrar o show de luzes durante a apresentação de Alok no último sábado (3), no Rock in Rio. “Última foto antes do laser do Alok queimar a câmera do meu iPhone”, compartilhou Rodrigo, que tem um iPhone 12.
“Eu queria filmar aquela parte [dos lasers] do show do Alok. No momento em que eu comecei a gravar, o meu celular ficou com algumas linhas coloridas, bem fininhas”, disse em entrevista. Após a publicação do publicitário no Twitter, outros casos semelhantes surgiram, mas nem todos aconteceram no festival.
Os lasers concentram grande potência luminosa. Quando em contato com a câmera, eles podem ocasionar manchas e até comprometer todo o funcionamento do componente. Em fevereiro deste ano, um usuário questionou no fórum da empresa Apple, se os lasers podem danificar a câmera do telefone. A Apple não respondeu diretamente, mas classificou como “recomendado” o comentário de outra pessoa, destacado abaixo.
“[O laser de uma caneta] não vai afetar a lente da sua câmera. Note que a luz com alta intensidade focada em um objeto transmitirá radiação e criará calor que pode danificar o objeto”.
As fabricantes Realme, Xiaomi e Nokia informaram que existe o risco.
“Em ambientes externos ou internos, quando há uma fonte de luz extremamente forte, existe a possibilidade de danos ao sensor da câmera do smartphone”, disse a Xiaomi.
“A recomendação é não expor as lentes a esse tipo de iluminação. Elas produzem feixes de luz concentrada, que podem aquecer superfícies sensíveis e danificar os sensores”, disse a Nokia
A Realme, por sua vez, disse que “a câmera do smartphone é um dispositivo óptico no qual a lente direciona toda a luminosidade captada para uma área muito pequena, conhecida como sensor de imagem. O conserto envolve a troca do módulo”.
“Essa energia luminosa focada no sensor pode até queimar e causar estragos irreversíveis”, diz Euclides Chuma, membro sênior do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A Laser 3D Show é a empresa responsável pelo equipamento de iluminação do show de Alok no Rock in Rio. Ela explica que, para a apresentação, foram instalados no palco 28 lasers, que estavam a 10 metros de altura do público e apontados para cima. O proprietário da Laser 3D Show, Vinicius Wenzel, confirmou que o laser pode provocar danos se atingir as lentes das câmeras de celulares, de vídeo ou fotográfica. “Fazemos um mapeamento detalhado da área, pois além dos celulares das pessoas, também temos que proteger as câmeras de TV que estavam fazendo a transmissão”.
Fonte: G1