O inverno é a estação do ano mais temida por algumas pessoas, principalmente por aqueles que têm problemas respiratórios. Entretanto, não são apenas esses problemas que podem vir à tona nesse período de baixas temperaturas, por esse motivo, é muito importante conhecer as doenças de inverno para se proteger e, se necessário for, identificá-las antes que o quadro se agrave.

Como as alterações no clima impactam na saúde?
A mudança entre as estações do ano geram variações bruscas na temperatura. Dessa forma, o dia pode começar ensolarado e quente, mas findar com frio e ventos fortes. Nesse momento, o nosso organismo sentirá muito mais que apenas o frio, pois a instabilidade climática contribuirá para que a imunidade diminua, abrindo caminho para o desenvolvimento de doenças alérgicas e inflamatórias.

Devido a essa queda na imunidade, as bactérias presentes em nosso organismo aumentam e causam infecções nas mucosas (tecido orgânico de consistência mole que recobre a parede interna de certos órgãos), desenvolvendo, assim, problemas como a pneumonia. Embora os idosos e crianças estejam mais vulneráveis a esses impactos climáticos, ninguém está livre de passar por qualquer uma dessas situações.

Pessoas que já tratam alergias, como rinite e sinusite, podem ter o quadro agravado com as alterações do clima, pois sua imunidade costuma ser mais frágil. Portanto, nesses casos, os cuidados com a sua saúde precisam ser redobrados para não correr o risco de passar por crises e internações.

Quais doenças são mais comuns no inverno?
É muito importante conhecer as doenças mais comuns do inverno e seus sintomas para tomar os cuidados necessários que visam cuidar da sua saúde, qualidade de vida e bem-estar.

Conjuntivite
O tempo seco e o aumento de ácaros presentes nas roupas de frio contribuem para o desenvolvimento da conjuntivite, a qual também pode ser desenvolvida pela poluição. Essa doença nada mais é que um processo inflamatório que ocorre na conjuntiva (membrana transparente presente no olho). Entre seus principais sintomas podemos citar:
– olhos lacrimejantes;
– inchaço nas pálpebras;
– olhos avermelhados;
– ardência e aversão à luz.
Ela pode se dividir em três tipos:
alérgica: se desenvolve em pessoas que são predispostas a ter alergias. Apesar de não ser contagiosa, ela pode passar de um olho para outro;
infecciosa: pode ser contagiosa, pois é transmitida por um vírus. Nesse caso, o contágio ocorre por meio do contato. Portanto, é importante não usar objetos de pessoas contaminadas;
tóxica: como o nome já diz, é causada por agentes tóxicos, como produtos de limpeza, fumaça de cigarro, sabão, sprays etc.

Pneumonia
A pneumonia é uma infecção nos pulmões. Essa infecção pode alcançar a região dos alvéolos pulmonares (pequenas bolsas que formam a menor unidade funcional do aparelho respiratório) e, às vezes, o espaço entre um alvéolo e outro, também chamados de interstícios. Alguns sintomas são:
– febre alta (acima de 37,5° C);
– tosse seca ou com catarro de cor esverdeada ou amarelada;
– falta de ar;
– dificuldade de respirar;
– dor no peito ou tórax;
– vômitos e náuseas;
– fraqueza;
– suores intensos.
Essa doença é provocada pela penetração de bactérias, vírus ou fungos no espaço alveolar, região em que ocorre a troca gasosa. Esse ambiente deve estar sempre limpo e livre de substâncias impedem o contato do ar com o sangue.

Asma
Considerada uma doença respiratória crônica, a asma faz com que o indivíduo tenha muita dificuldade para respirar sozinho, aumenta o chiado e aperto na região do peito e faz com que a respiração fique rápida e curta.

O pior dessa doença é que os sintomas costumam piorar à noite e nas primeiras horas do dia. Além disso, pessoas asmáticas têm dificuldades para praticar exercícios físicos e são muito sensíveis às mudanças climáticas e poluição ambiental.

Diversos fatores ambientais contribuem para a piora do quadro, como a poeira, fungos e ácaros. Portanto, nesses casos, é sempre importante tirar o pó dos móveis todos os dias e evitar contato com animais domésticos, como cães e gatos.

Gripe
A gripe é uma das doenças do inverno mais comuns. Quem nunca precisou ficar de molho por alguns dias por conta de uma forte gripe? Esse quadro caracteriza-se pela infecção do sistema respiratório e seus principais sintomas iniciais são:

febre alta;
dores musculares;
dores na garganta,
dores na cabeça;
tosse seca;
coriza.
Nesse momento, é importante dar uma atenção especial para a febre, que não deve durar mais que três dias. Conforme a doença progride, a tosse permanece por mais três a quatro dias após o desaparecimento da febre.

Embora seja um problema inicialmente simples de ser tratado, ele não pode ser desprezado, pois uma gripe mal curada pode desenvolver doenças respiratórias mais sérias, como a pneumonia.

Dor de garganta
A garganta só vai doer se ela estiver inflamada. Portanto, ao sentir dor nessa região, um médico precisa ser procurado imediatamente. Nesse caso, as amígdalas ou faringe sofrem um tipo de inflamação, as quais podem ser causadas por vírus, bactérias, lesões, refluxo gástrico, uso excessivo da voz ou substâncias irritantes.

O sintoma da dor costuma ser bem doloroso e, consequentemente, proporciona muito incômodo para o paciente. Entre as causas mais comuns desse problema de saúde podemos citar a gripe e o resfriado, que são os tipos mais comuns de infecção viral. Nesse momento, o médico receitará um tratamento com antibióticos que deverá ser seguido à risca. Do contrário, o problema vai persistir e trazer mais desconforto.

Sinusite
A sinusite caracteriza-se pela inflamação da mucosa dos seios da face, maçã do rosto e olhos. Esse problema de saúde pode se originar de uma infecção, de algum fator que não possibilita a drenagem adequada de secreção dos seios da face ou, também, de um quadro alérgico. Podemos separar essa doença em dois tipos:

crônica: quando a inflamação permeia por mais de doze semanas;
aguda: quando os sintomas ainda não ultrapassaram o período de doze meses.
Entre os sintomas, a febre raramente está presente. Nesse momento, o que mais se destaca são os quadros crônicos de tosse e fortes dores na cabeça. Além disso, também podemos citar a redução e perda do olfato.

Bronquite
Caracterizada pela inflamação dos canais que conduzem o ar até aos alvéolos pulmonares, também conhecidos por brônquios. Assim, ocorre o acúmulo de secreção que faz com que essa região permaneça contraída e inflamada. Ela pode ser crônica ou aguda. A diferença entre esses dois quadros clínicos é que a duração e agravamento das crises costumam ser mais curtas na bronquite aguda.

Já no caso da bronquite crônica, elas pioram pela manhã e não desaparecem, se manifestando, assim, por três meses ou mais por dois anos consecutivos, pelo menos.

A bronquite crônica ainda tem um agravante, ela aumenta as chances de infecções respiratórias, podendo desencadear outras doenças sérias que agravam o quadro clínico do paciente, como a pneumonia.

Amigdalite
Quando as amígdalas incham e inflamam, significa que a pessoa desenvolveu amigdalite. Em nossa garganta, existem gânglios linfáticos que ficam localizados na parte de trás da boa, os quais são chamados de amígdalas. Sua principal função é manter longe as bactérias que outros germes das regiões que podem desenvolver infecções. Seus principais sintomas são:
– placas brancas ou amareladas nas amígdalas;
– dor de garganta;
– dificuldade e dor ao engolir;
– febre;
– presença de nódulos linfáticos no pescoço — são inchaços que aparecem na região lateral do pescoço, mas também podem se desenvolver embaixo das orelhas e por baixo do maxilar;
– mau hálito;
– dor de cabeça.
Essa doença pode ser dividida nos seguintes tipos:

bacteriana: causada por bactérias;
viral: causada por vírus;
crônica: são infecções recorrentes nas amígdalas;
aguda: causa obstrução nas vias aéreas devido ao inchaço das amígdalas.

Rinite
Quando a mucosa que reveste os seios da face e a cavidade nasal é inflamada, origina-se o que chamamos de rinite. Essa doença é bem incomodativa e seus sintomas são diversos, como:
– obstrução nasal;
– coriza;
– espirros constantes;
– coceiras no nariz;
– alterações no olfato.
Esses sinais costumam durar horas ou mais de dois dias consecutivos. Podemos separar essa doença em quatro subgrupos:
infecciosas: ocorre quando o vírus se instala nas cavidades sinusais;
alérgica: reação imunológica a partículas inaladas que são consideradas estranhas pelo organismo;
não alérgica: condição que causa congestão, espirros crônicos e corrimento nasal;
mista: pode ser ocasionada por vírus e bactérias ao mesmo tempo.

Otite
A otite caracteriza-se pela infecção do ouvido médio. Essa região é um pequeno espaço dentro da orelha que é cheio de ar e fica localizado atrás do tímpano. A otite costuma ser bem dolorida por conta do acúmulo de secreção e infecção na região. As crianças têm mais predisposição para desenvolver essa doença do que os adultos, mas isso não significa que os maiores de idade estão livres desse problema. É importante prestar muito atenção nessa doença porque as complicações relacionadas a ele, como infecções recorrentes ou fluidos persistentes no ouvido médio, são sinais de que a sua audição pode estar comprometida, além de gerar outras complicações graves.
Os sintomas da otite podem ser:
– dores no ouvido;
– febre;
– vômitos;
– perda do apetite;
– dificuldades para dormir etc.

Quando você deve procurar um médico?
O médico precisa sempre ser procurado assim que os primeiros sintomas forem detectados. No entanto, é importante destacar a importância de fazer um checkup de rotina. Um clínico geral pode ser consultado nesse momento, pois ao identificar a existência de algum problema, ele poderá encaminhá-lo para o profissional adequado para tratar o seu caso.

Muito além das doenças de inverno, um diagnóstico precoce aumenta as chances de cura de qualquer problema de saúde, até mesmo os mais graves, como o câncer. Consultar o médico periodicamente é de extrema importância para a boa manutenção da sua saúde. Somente ele pode receitar medicações e orientá-lo sobre como o tratamento deve ser realizado.

Não vá na onda de seus amigos e familiares quando eles querem “receitar” um remédio que foi bom para eles. Nesses casos, é importante entender que o que é bom para eles, pode não ser bom para você. Isso porque os organismos são diferentes e as medicações podem ocasionar reações perigosas quando não administradas pelo médico.

Como se prevenir das doenças do inverno?
Depois de conhecer as doenças mais comuns do inverno e seus sintomas, eu preciso mostrar a você quais são as principais ações que precisam ser tomadas para evitar esses problemas de saúde. Veja!

Mantenha-se hidratado
A água é algo vital para a nossa sobrevivência. Para o nosso organismo, então, nem se fala. Sem ela, ele começa a falhar, dar problemas sérios de saúde e prejudicar a nossa qualidade de vida. Os períodos mais frios do ano tendem a ser mais secos, devido a isso, as vias aéreas começam a ficar ressecadas, o que faz com que doenças respiratórias se desenvolvam com mais frequência nesse período.

Não é segredo para ninguém que o ideal é que o consumo de água seja de, pelo menos, 2 litros por dia, certo? No entanto, o que muita gente ainda não sabe é como aderir a esse hábito.

Procure sempre deixar uma garrafinha de água na sua bolsa, na mesa do escritório, no carro e nos lugares que mais tem costume de frequentar. Outra dica é fazer uso de aplicativos que avisam quando é hora de se hidratar. Eles ajudam muito os esquecidos.

Vacine-se contra gripe
Em virtude do frio do inverno, as pessoas tendem a ficar recolhidas em locais fechados, mesmo com a aglomeração de indivíduos. Essas situações facilitam a proliferação de vírus, como o da gripe. Por esse motivo, é fundamental localizar a sua carteirinha e correr para um posto de vacinação mais próximo da sua casa.

Todos os anos o Ministério da Saúde disponibiliza as vacinas de graça. A campanha para prevenção da gripe é feita a partir da vacina trivalente contra três tipos de vírus diferentes: H3N2, influenza tipo B e H1N1. Porém, geralmente elas são limitadas, por isso, algumas pessoas têm preferência, como:
– mulheres grávidas;
– crianças entre 6 meses de idade e 6 anos;
– doentes crônicos;
– trabalhadores da área da saúde;
– mulheres com até 45 dias pós-parto;
– professores da rede pública e privada;
– população indígena;
– adolescentes e jovens sob medida socioeducativa;
– população carcerária e funcionários do sistema prisional.
Caso você não se enquadre em nenhum desses quesitos, nada o impede de procurar um posto de saúde para verificar a disponibilidade da vacina, se ela estiver disponível, eles aplicarão sem nenhum contratempo.

Exercite-se regularmente
As atividades não são para serem feitas apenas no verão, viu? Durante o inverno a sua prática também é muito importante.

O ideal é realizar exercícios aeróbicos, como correr, nadar e andar. Isso porque eles são excelentes aliados para eliminar as toxinas presentes no organismo, as quais são responsáveis por enfraquecer o sistema respiratórios e, além disso, eles ajudam a melhorar a sua capacidade respiratória.

No entanto, em dias muito secos e frios, evite realizar essas atividades ao ar livre, ok? Prefira piscinas cobertas e esteiras. O mais importante é não dar espaço para o sedentarismo e focar nos seus objetivos.

Com o passar do tempo, você perceberá que esses exercícios farão muita falta nos dias que você não conseguir realizá-los, pois eles se tornarão hábitos saudáveis essenciais para a boa manutenção do seu organismo.

Evite permanecer em ambientes fechados
Qual é o principal costume das pessoas em dias de muito frio? Fechar todas as janelas e portas para se manter aquecido, certo? Pois bem, esse é um problema muito sério e que precisa ser evitado ao máximo durante o inverno, sabia? Isso porque, como já alertei aqui, ambientes fechados aumentam os riscos da proliferação de vírus e bactérias.

Até mesmo a meningite, que é uma doença muito séria, pode ser desenvolvida com essa prática. Sendo assim, para resguardar você e sua família dessas mazelas, mantenha o ambiente sempre arejado. Vai entrar um ventinho frio? Sim, mas é para o bem de todos, acredite!

Além disso, os dias ensolarados precisam ser aproveitados ao máximo. Deixe as portas dos guarda-roupas abertas por um tempo, lave os cobertores, higienize os cachecóis e roupas mais pesadas. Tudo isso contribuirá para a diminuição das doenças do inverno.

Mantenha o ambiente limpo
Manter seu ambiente limpo é fundamental. Além de manter a casa ou escritório organizados, durante o inverno a limpeza é muito importante evitar que agentes infecciosos se proliferem e causem problemas respiratórios.

Como nessa época do ano alguns dias tendem a ser extremamente úmidos, a incidência de mofo aumenta. Com isso, se faz necessária uma limpeza mais profunda para evitar o desenvolvimento de doenças.

Sendo assim, é necessário atentar para o estado das roupas pessoais e roupas de cama, procure lavá-las com mais frequência do que de costume e evite que os tapetes e cômodos acumulem muita poeira. Essas pequenas ações o ajudarão a higienizar o ambiente e, também, a melhorar o seu bem-estar e qualidade de vida.

Umidifique o ar
O tempo seco do inverno pode prejudicar o sistema respiratório das pessoas. Nesse momento, contar com um umidificador de ar pode amenizar muito esse problema. O umidificador nada mais é que um aparelho que ajuda a tornar o ambiente mais úmido, fazendo com que o ar fique mais leve, saudável e fácil de ser respirado. Ideal para as pessoas que sofrem com asma, alergias na pele, rinite e demais problemas respiratórios.

O umidificador de ar precisa ser escolhido de acordo com cada ambiente, pois cada aparelho apresenta características, especificações e tamanhos específicos que pode prejudicar a eficiência do produto se utilizado em um local inadequado. Além disso, é necessário explicar que alguns deles apresentam regulador de umidade e que desliga e liga sozinho quando é necessário.

Alimente-se bem
Uma alimentação saudável é algo fundamental no dia a dia das pessoas, independentemente da estação do ano. Durante o inverno, a maioria tende a consumir alimentos mais calóricos. Afinal, que mal tem exagerar um pouquinho naqueles dias de frio, não é mesmo? Pois bem, apesar de ser algo muito bom, é preciso tomar cuidado. Do contrário, seu organismo não terá os nutrientes necessários para fortalecer a sua imunidade.

Frutas, verduras e demais alimentos antioxidantes e ricos em vitaminas, são essenciais para uma boa manutenção de sua saúde. Não há nenhum problema em passar um pouco do limite, mas é preciso ter atenção para não abrir margem para o surgimento das doenças do inverno.

Lembre-se de que a sua saúde é muito importante para garantir a sua autoestima e bem-estar. Portanto, substituir alimentos mais pesados pelos mais leves deve fazer parte dos seus hábitos diários.

Por que ir ao médico regularmente?
Independentemente se você for visitar médico para adultos ou para crianças, cuidar bem da sua saúde é algo que deve ser prioridade na sua vida. Isso porque há situações que não podemos prever, por isso, a visita regular ao médico é tão importante. Pense nisso! A nossa saúde é o nosso bem mais precioso. Sem ela não podemos exercer nossas atividades da melhor maneira possível, como trabalhar, dormir, descansar, realizar atividades físicas e até se alimentar.

Você tem muito mais a ganhar separando um espaço na sua agenda para uma consulta de rotina, do que descobrir o problema de saúde tarde demais. Eu não quero lhe assustar, meu objetivo aqui é somente alertar você sobre a importância de cuidar bem do seu corpo e mente. Com saúde, você pode ajudar as pessoas que você ama e aproveitar mais a sua vida pessoal e profissional.

Há quem adora o inverno, mas, ao mesmo tempo, há quem quer distância dele. Independentemente da sua preferência é preciso estar atento para não prejudicar a sua saúde na época mais fria do ano. Alguns cuidados básicos como se agasalhar bem, ter uma alimentação saudável, manter o ambiente arejado e realizar atividades físicas são pequenos exemplos que farão toda a diferença na sua qualidade de vida.

As doenças de inverno são bastante comuns, por isso, tomar precauções para evitá-las é fundamental para garantir o seu bem-estar e daqueles que você ama. Portanto, não deixe de seguir as nossas dicas de prevenção e, se necessário for, procure um médico assim que os sintomas de qualquer enfermidade for detectado.

Fonte: Comigo / Foto: Reprodução Internet