Uma década fundamental paras a cultura urbana de Bento Gonçalves e da Serra Gaúcha ganha recorte audiovisual com o documentário “Nem Eu Sei Tudo”, que será lançado nas plataformas digitais dia 18 de junho, às 21h.

Previsto inicialmente para ser um lançamento presencial, esta foi a solução para mostrar o trabalho ao público por causa do momento de isolamento social devido à pandemia da Covid 19.

Acróstico que alude à NEST Panos, criada em Bento Gonçalves há dez anos, o trabalho também evidencia uma década da trajetória da Battle In The Cypher, BITC, encontro focado na Cultura Hip Hop organizado pelos b.boys William Sarate Ballestrin e Pedro Ramon Festa.

Com assinatura da Ancora Produções, de Bento Gonçalves, o documentário de 51 minutos registra os encontros dos quatro elementos da cultura hip hop, com cenas de batalhas de b.boys e b.girls as festas lideradas por MCs, os grafftis multicoloridos dos muros das cidades. Tudo sob a trilha do rap, rimando arte com cidadania, entretenimento e formação cultural.

Projeto feito com recursos do Fundo Municipal de Cultura de Bento Gonçalves, o filme parte da trajetória da NEST Panos e das dez edições da BITC para registrar o crescimento e amadurecimento da cena Hip Hop na cidade e região. Além de Festa e Balestrin, a produção também é assinada por Diego Gheno, da Ancora.

Com cenas de batalhas, shows, festas e grafitagens, o doc também conta com a participação da banda Da Guedes, da Back Spin Crew, do MC Miliano, dos rappers Marcelo Gugu, PMC, Síntese e Nego Max, do b.boy Onnurb e do grafiteiro Wagner Wagz, dentre outros.

“O documentário busca criar um material novo para a cena, preservar um registro e propagar uma ideia que não apenas acreditamos, mas vivenciamos”, diz Pedro Ramon Festa.

O filme também evidencia ações e atividades realizadas em outras cidades brasileiras e outros países do Mercosul. “Ele traz inspiração. Não é sobre a NEST em si, mas sobre como com o Hip Hop se pode abrir portas, transformar, como ele nos transformou e agora retribuímos com ações para outras pessoas”, diz Ballestrin.

Há também muitos depoimentos de pessoas que se construíram pessoal e profissionalmente nesse percurso, como a fotógrafa e produtora Bruna Ferreira.

“É o propósito que escolhi pra minha vida: produzir, conhecer pessoas diferentes e aprender com elas. Entender o significado de coletivo na sua essência e ser sempre melhor pra mim, e pros outros”, diz sobre a NEST/Nem Eu Sei Tudo. Com roteiro, direção de fotografia e trilha sonora selecionada por Fernanda Turchetto, o documentário percorre e cria diferentes climas visuais e sonoros para registrar esses primeiros dez anos de funções da NEST e da BITC. “O processo de produção foi com certeza um experiência fantástica. Conhecemos pessoas, lugares, culturas, linguagens, gírias, sotaques, sentimentos, que não tínhamos até então, e isso tudo nos engrandeceu. É isso que queremos mostrar, agregando uma forma nova de pensamento, um olhar responsável, por que a gente faz parte do meio onde a vivemos”, afirma Diego Gheno.

Onde o documentário vai estrear: www.nemeuseitudo.com.br 

Fonte: Jornalismo Cultural / Foto: Reprodução Internet