Preservar a história e impedir que a catástrofe que impactou milhões de pessoas no Rio Grande do Sul em maio seja esquecida são os objetivos do novo documentário da Lumine. Ainda em estágio de captação de imagens, “A Memória da Água” fará uma cobertura completa das enchentes — mostrando todos os cenários, desde os abrigos até as cidades devastadas, e entrevistando diferentes personagens para retratar o episódio que vitimou o Estado – onde está localizada a sede da plataforma de streaming e produtora de cinema.
A produção iniciou em maio com as primeiras gravações in loco e com o lançamento do projeto no site e nas redes sociais da Lumine, pedindo para as pessoas compartilharem seus depoimentos. Segundo o fundador da Lumine, Matheus Bazzo, a maior preocupação era com o timing da coleta dos materiais para que momentos importantes não fossem perdidos.
“A ideia do filme é recuperar essa memória para evitar que se esqueça o que aconteceu e como as pessoas reagiram a isso. A realidade precisa ficar gravada no nosso coração. Precisamos dessa memória viva para honrar os que se foram, eternizar as histórias de quem enfrentou as enchentes e enobrecer os atos heróicos dos que salvaram tantas vidas”, destaca Bazzo.
Bastidores da produção
A maior chuva já registrada no Rio Grande do Sul afetou de diferentes maneiras todas as regiões do Estado. Enquanto que em alguns lugares a força da água devastou cidades, em outros, provocou alagamentos que levaram semanas para baixar. Para retratar todas essas realidades, “A Memória da Água” está colhendo relatos em vários municípios.
O diretor do documentário, Gustavo Leite, detalha que a produção fará uma cobertura geral das enchentes, com análise técnica e depoimentos de especialistas sobre o tema. Porém, ele ressalta que o foco é mostrar a realidade dos fatos. “Muito desse filme está atrelado ao título, à memória das coisas que aconteceram pelo efeito da água. Vamos fazer um retrato dessa realidade, expondo a humanidade de cada vida que foi impactada direta e indiretamente por essa tragédia. E também de quem não foi afetado, mas resolveu ajudar”, detalha.
As equipes de filmagens registraram vários cenários e reações: de gravações feitas em cima de barcos até bairros devastados. “Buscamos captar diferentes situações, desde abrigos e lugares que estavam totalmente destruídos até pessoas que estavam fora de casa e retornaram pela primeira vez para suas residências. Nós mostramos essa realidade e como cada um encara o que está acontecendo,” complementa Leite.
Construção coletiva
Além das captações originais, o documentário está sendo realizado com a participação das pessoas por meio do envio de depoimentos e imagens. Conforme Bazzo, essa é a primeira vez que a Lumine realiza um filme de forma colaborativa.
“Esse documentário é uma construção coletiva porque faz parte da realidade de quem está vivendo isso. Tudo aconteceu rapidamente e em vários lugares. Recebemos muitos relatos do momento em si, das pessoas que gravaram com seus celulares, com a água alta, dentro de casa, ilhados”, explica.
O documentário será disponibilizado de forma gratuita no canal de Youtube da Lumine, com a funcionalidade da inclusão de legendas para várias línguas, buscando tornar o conteúdo acessível a pessoas de todo o mundo. A previsão de lançamento é para o início de 2025.