Ao contrário do que muita gente acha, a diabetes é uma doença que acomete também os pets, especialmente cachorros e gatos, e o aumento da incidência nos animais domésticos deve ser motivo de preocupação entre tutores e médicos-veterinários. O alerta é da médica veterinária Ana Cristina Nery de Castro, coordenadora da Pós-Graduação em Endocrinologia e Metabologia da Faculdade Qualittas, que aproveita o mês em que se comemora o Dia Mundial de Combate à Diabetes (14/11) para orientar sobre como identificar a possível presença da doença e, dessa maneira, prolongar e aumentar a qualidade de vida do animal.

Segundo a especialista, a diabetes costuma ser mais frequente em animais considerados adultos ou idosos, ou seja, a partir dos 6 ou 7 anos, e ela ocorre de maneira similar aos humanos: o organismo para de produzir ou produz uma quantidade muito baixa de insulina.

“Se o tutor tem um animalzinho nessa idade e o pet começa a perder peso mesmo comendo muito, a urinar mais do que estava acostumado e a beber mais água é bom procurar ajuda de um profissional”, orienta. Esses são os principais sintomas que o tutor deve prestar atenção, mas no caso específico dos cães um outro sinal pode aparecer: a catarata bilateral. “O animal esbarra nos móveis da casa e aparece aquela manchinha branca nos olhos”, completa.

A médica-veterinária lembra que a diabetes é uma endocrinopatia sistemática e que pode desencadear um quadro clínico agudo emergencial, pois leva geralmente à perda de peso, à desidratação e à infecção urinária recorrente. Além disso, o diagnóstico vem acompanhado com uma mudança de rotina não apenas para o animal, mas principalmente para o tutor. “Isso acontece, pois o principal tratamento é com insulinas que devem ser aplicadas a cada 12 horas e requerem uma alimentação bastante regrada”, explica. “É obrigatório que o animal seja alimentado antes da aplicação, e isso é extremamente importante, pois a insulina tem o chamado ‘pico de ação’ e se ele não tiver sido bem alimentado pode apresentar uma hipoglicemia”, destaca. A hipoglicemia por sua vez pode levar a um quadro grave, inclusive à morte.

Já nos gatos, as insulinas mais indicadas são as basais, que não têm ‘pico de ação’, portanto, sem risco de menor glicemia. Segundo a especialista, essas insulinas são indicadas para animais que fazem pequenas refeições ao longo do dia, que é uma característica da espécie felina.

Obesidade x diabetes
Ana Nery destaca que a incidência de casos de diabetes nos cães e gatos tem aumentado nos últimos anos. “Um fator muito importante que deve ser levado em consideração é a obesidade nos pets. O aumento da obesidade é um fator que pode deflagrar a condição de diabetes mellitus”, alerta.

Fonte: Faculdade Qualittas