O Brasil está registrando um aumento expressivo de casos da infecção. Saiba quando ligar o sinal de alerta

Calor excessivo e chuvas intensas são sinais de alerta para a proliferação do mosquito transmissor da dengue. E o ano de 2024 já começou com um cenário preocupante: o número de casos prováveis da doença mais que dobrou nas primeiras três semanas do mês: em 2023, foram 44.753 e, neste ano, o país já alcançou a marca de 120.874 casos.

Vale lembrar que a dengue, doença viral infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes Aegypti, possui quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Uma vez sendo infectada por um desses sorotipos, a pessoa está imune a ele, mas não aos demais. Por isso, após o primeiro contágio, o paciente tem um risco maior de a doença evoluir para formas mais graves nas próximas infecções.

A febre é um dos sintomas da dengue — Foto: People Creations/Freepik

A febre é um dos sintomas da dengue — Foto: People Creations/Freepik

Diante desse cenário de explosão de casos, os pais devem ficar atentos aos sintomas da doença em crianças. De acordo com a médica Vera Motinaga, pediatra e coordenadora do Pronto Atendimento Pediátrico do Hospital Nipo-Brasileiro (SP), a dengue pode provocar desde quadros assintomáticos e febre indiferenciada até formas graves, como hemorragia ou choque.

Quando ligar o sinal de alerta?

A dengue pode causar alguns sintomas mais inespecíficos, que dificultam um pouco o diagnóstico, como diarreia, vômitos, apatia e mialgia (dor muscular). Os pequenos de até 2 anos, além desses quadros citados, ainda podem ter choro persistente, fraqueza muscular e irritabilidade.

No entanto, os especialistas avaliam um caso como suspeito se o paciente tem febre alta com duração de 2 até 7 dias, acompanhada de sintomas como cefaleia, dor retro-orbital, mialgia, artralgia, prostração, exantema maculopapular (manchas pelo corpo) e hemorragias.

A principal preocupação em relação à dengue é com a evolução do quadro, uma vez que a doença pode ser fatal. Entre os sintomas de alerta para quadros graves elencados pela especialista estão: presença de dor abdominal intensa e contínua, vômitos frequentes, irritabilidade, letargia, hipotensão arterial, hipotermia, desconforto respiratório e hemorragias graves.

Vacinação

A imunização é uma forte aliada para reduzir os casos de dengue no país. Por isso, em dezembro, o Ministério da Saúde incorporou a vacina Qdenga, fabricada pela farmacêutica Takeda, no Sistema Único de Saúde (SUS). O imunizante é indicado para crianças a partir de 4 anos de idade, adolescentes e adultos até 60 anos, tanto soronegativos como soropositivos para dengue. No entanto, a pasta decidiu priorizar o grupo de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos nesse primeiro momento.

Nas clínicas particulares, a vacina é oferecida para a faixa etária a partir dos 4 anos até 60 anos. Quanto ao esquema vacinal, as pessoas devem receber duas doses da vacina em um intervalo de três meses.

Fonte: Revista Crescer