Para lidar com as transformações de hoje, o CEO das Empresas Randon, Daniel Randon, considera que é preciso desaprender para aprender novamente. Essa foi uma das mensagens que ele passou durante a palestra Inovação – Novas Oportunidades para o Crescimento Sustentável, que encerrou o ciclo de reuniões-almoço de 2019 do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG) nesta quinta-feira (28).
Para inovar, antes de tudo, é preciso se desvencilhar do status, afirmou o empresário. Por isso, acredita que tudo começa com uma mudança de mindset. Depois, é preciso atua
r em rede e exercer postura protagonista. “Hoje, a Randon está conectada a mais de 30 startups”, disse o executivo, a fim de dar mais agilidade na busca por soluções internas e também conjecturado possíveis cenários no futuro.
Estabelecer conexões, neste cenário, é fundamental. Randon mencionou o projeto Hélices, que juntou sua empresa a outras três – Florense, Marcopolo e Soprano – a fim de buscar soluções comuns com a colaboração de startups. Hoje, o projeto conta com 13 delas e envolve também universidades e poder público. “Se nós, como empresas, não olharmos e criarmos um ecossistema em volta que atraia e retenha novos talentos, nós seremos engolidos por outras empresas”, disse Randon.
Com o acesso facilitado a informações, Randon também salientou a importância de saber utilizá-las em favor do protagonismo das empresas, como na criação de novos negócios. Em outubro, a empresa apresentou na Fenatran (Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Carga) um eixo de tração elétrica, que pode contribuir na economia de combustível. “É um momento importante porque podemos estar mudando o modelo de transporte no Brasil e quem sabe no mundo. Tem muita oportunidade para crescer, é preciso entender como vai mudar o conceito, nossas empresas precisam buscar o protagonismo nos negócios”.
Neste cenário de maior informação e de pessoas cada vez mais críticas, Randon disse que é importante as empresas não olharem apenas para o lucro. “Antigamente, as empresas quebravam por falta de caixa, hoje quebram também por falta de reputação”, opinou, falando sobre a crescente preocupação com um “capitalismo consciente”. “As pessoas querem saber se o produto da nossa empresa é um produto que agrega valor para a comunidade. Essa é uma preocupação cada vez maior, não podemos esquecer do lucro, mas não podemos nos preocupar apenas com os acionistas, temos que entregar algo positivo também para os fornecedores, para os clientes e para a comunidade”, orientou.
O evento contou com abertura musical da Orquestra de Violões e Coro da Abraçaí, que tem as Empresas Randon entre seus parceiros.
PGQP apresenta mudanças
A presença de Randon, também presidente do Conselho Superior do PGQP, motivou a apresentação de um breve resumo das atividades do comitê local da sigla. Primeiro a ser implantado no interior do Estado, o Comitê Bento Gonçalves do PGQP, presidido por Jussara Canabarro, mobilizou mais de 4 mil pessoas em seus 25 anos de atuação. Nestes novos tempos de trabalho colaborativo, o PGQP também se alinha e anunciou mudanças. Agora, juntamente com o Polo RS e a Agenda 2020, o PGQP lançou o Transforma RS, um hub colaborativo a fim de buscar mais competitividade tanto para organizações públicas quanto para privadas.
Gialdi enaltece trabalho das Empresas Randon
O presidente do CIC-BG, Elton Paulo Gialdi, disse que todas as empresas precisam repensar seus processos, porque disso depende a continuidade dos negócios. Para ele, é fundamental que a inovação se apresente nos detalhes, no refino final dos produtos, já que o trabalho mais bruto todos têm capacidade de realizar. “Inovar é gerar resultado, é melhorar processos, é tornar nossa marca melhor, é renovar a cultura organizacional”, disse.
Ele também elogiou a capacidade das Empresas Randon, um conglomerado voltado à produção de semirreboques e autopeças que orgulha os moradores da Serra e serve de inspiração para os empresários. “Com toda certeza, teu pai, o saudoso Raul Randon, foi um homem inovador na arte de criar, de negociar, de empreender, de se relacionar com as pessoas – uma herança que você, Daniel, preserva e aplica tão distintamente”.
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