Imagem: Divulgação MJC

Por meio de uma cooperação técnica firmada entre a Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) e a Prefeitura de Muçum, e com o apoio técnico-museológico do Museu Julio de Castilhos e da Fundação Scheffel, o acervo do Museu Padre Luccino Vieiro, em Muçum, será recuperado. Essa ação tem como objetivo restaurar o patrimônio museológico afetado pelas cheias no Vale do Taquari, e é coordenada pelo Departamento de Memória e Patrimônio da Sedac.

O acervo de Muçum ficou submerso e já passou por uma primeira higienização no local, onde a lama foi removida. A diretora do Museu Julio de Castilhos, Doris Couto, esteve presente em duas ocasiões no município para fornecer orientações sobre a secagem de peças mais sensíveis. A comitiva também era composta pelo diretor do Departamento de Memória e Patrimônio, Eduardo Hahn, a servidora da Sedac Janaina Tim e o diretor da Fundação Scheffel, Angelo Reinheimer.

Imagem: Divulgação MJC

Uma nova etapa, que começa no dia 19 de janeiro, envolve o deslocamento do acervo para Novo Hamburgo (Fundação Scheffel) e Porto Alegre (Museu Julio), onde serão realizados procedimentos de higienização, conservação e, quando possível, restauro de peças em madeira, metal, papel e couro que fazem parte das coleções do Museu de Muçum.

O Museu de Muçum teve seu telhado substituído pela prefeitura e receberá um novo projeto expográfico, que está sendo elaborado por técnicos da Sedac e conta com painéis doados pelo Palácio Piratini.

Além disso, a documentação das peças também será refeita, incluindo o livro tombo. No entanto, muitas informações foram perdidas, como dados do doador, datas de doação e usuários dos objetos. Doris ressalta que “essas perdas são significativas para a história da cidade, pois o uso dos objetos é tão importante quanto a sua fabricação, e é justamente o uso que confere valor testemunhal a um objeto de museu”.

Segundo o diretor de Memória e Patrimônio, Eduardo Hahn, “a ação de recuperação do acervo deixará um legado de renovação para o Museu, que sofreu com a gravidade de ter seu acervo submerso. Dessa forma será possível não só devolver o Museu aos habitantes e turistas, mas também renovar a forma de expor e tratar peças que já demandavam conservação antes da enchente”.

Para viabilizar esse trabalho, o Museu Julio de Castilhos vai criar um Banco de Voluntários, com o credenciamento de estudantes e profissionais das áreas de Museologia, Conservação e Restauro, para atuarem em situações pontuais. De acordo com a diretora do MJC, está previsto que o regulamento para o cadastro de voluntários seja liberado ainda nesta semana. Os interessados poderão se inscrever através do e-mail (museujuliodecastilhos@gmail.com), indicando sua área de formação e enviando um minicurrículo.

Além disso, o cadastro terá validade indeterminada e abrangerá diversas áreas. Os voluntários poderão atuar em grupo ou individualmente, dependendo da especialidade dos inscritos. Dessa forma, as pessoas estarão credenciadas e serão convocadas conforme a necessidade de atuação no Museu.