Cientistas fazem descoberta alarmante

Evidências retiradas de um núcleo de gelo de 610 metros de comprimento revelam que a camada de gelo da Antártica ocidental encolheu repentina e dramaticamente há cerca de 8 mil anos, de acordo com uma nova pesquisa publicada na revista Nature Geoscience. A parte da camada de gelo diminuiu 450 metros durante um período de apenas 200 anos, destacando a rapidez com que o gelo antártico pode derreter.

Esta pesquisa, conduzida por glaciologistas da Universidade de Cambridge, fornece a primeira evidência direta de uma perda tão rápida de gelo em qualquer lugar da Antártica. A camada de gelo recuou e afinou rapidamente no passado, indicando a possibilidade de um recuo ainda mais rápido no futuro.

Cientista segura um pedaço de gelo perfurado na Antártica ocidental, mostrando as bolhas de ar presas dentro dele - Foto: University of Cambridge/British Antarctic Survey

Cientista segura um pedaço de gelo perfurado na Antártica ocidental, mostrando as bolhas de ar presas dentro dele – Foto: University of Cambridge/British Antarctic Survey

O perigo iminente é que o derretimento acelerado da camada de gelo da Antártica ocidental, que contém água suficiente para elevar o nível do mar em cerca de 5 metros, poderia ter consequências catastróficas para as áreas costeiras em todo o mundo.

Os núcleos de gelo, como o analisado neste estudo, fornecem um registro histórico das mudanças ambientais ao longo de milênios. Perfurado no Skytrain Ice Rise, na borda do manto de gelo, o núcleo revelou dados surpreendentes sobre a velocidade do encolhimento no final da última Era Glacial.

Cientistas perfuram núcleo de gelo na Antártica e o resultado é alarmante | CNN Brasil

Mapa mostra a localização do Skytrain Ice Rise, parte da plataforma Ronne, na Antártica, de onde o núcleo de gelo foi retirado / University of Cambridge/British Antarctic Survey

A Antártica ocidental é particularmente vulnerável às mudanças climáticas, e os cientistas alertam que um processo descontrolado, semelhante ao que ocorreu há 8 mil anos, pode se repetir. A pesquisa destaca a necessidade urgente de enfrentar as mudanças climáticas para evitar pontos de inflexão irreversíveis.

Dentro da tenda de perfuração no Skytrain Ice Rise, na Antártica, cientistas preparam a broca para a próxima descida no poço / University of Cambridge/British Antarctic Survey

Embora os dados do estudo se refiram a um período específico no passado, os cientistas acreditam que essas descobertas ajudarão a melhorar a precisão dos modelos usados para prever como a camada de gelo responderá ao aquecimento global futuro. O estudo surge em um momento em que a comunidade científica está cada vez mais preocupada com o derretimento rápido de outras áreas, como a geleira Thwaites.

Fonte: CNN

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