Uma foto de um Chevette estacionado próximo a pontos turísticos de Paris, na França, movimentou as redes sociais nos últimos dias. O motivo? O veículo tem placa de Belo Horizonte e isso atiçou a curiosidade dos internautas. Afinal, como o carro foi parar lá?
O carro, um Chevett SL Série Luxo, ano 1987, modelo 1988, pertence ao mineiro Aiglon Declie, de 38 anos, que mora em Paris e tem cidadania francesa. Ele se mudou para a Cidade Luz em 2015, mas só neste ano conseguiu levar o “xodó” para o Velho Mundo.
A foto viralizou no X, antigo Twitter, rede social que Aiglon sequer tinha conta até a foto viralizar. A imagem que rodou foi publicada por ele em um grupo destinado aos apaixonados por Chevette, no Facebook, e mostrava o primeiro passeio que deu após adaptar o veículo para que estivesse dentro das exigências francesas.
“A postagem no Facebook rendeu muitas perguntas, mas nem sabia da repercussão no X, que nem tenho conta na plataforma. Me surpreendi”, contou Aiglon, em entrevista ao g1. A foto foi postada no X por um perfil especializado em carros.
Chevette 87, de BH para o mundo! — Foto: Aiglon Declie/Acervo PessoalRelação antiga com a França
Nascido em Belo Horizonte, Aiglon é descendente quase direto de franceses e tem relação antiga com o país. “Meu avô e meu bisavô são franceses. Meu avô veio para o Brasil, conheceu minha avó, se casaram e tiveram meu pai. Minha família sempre trabalhou com carros e eu mesmo cheguei a ter uma loja de acessórios veiculares, que quebrou em 2014”, relembrou Declie.
Foi justamente a dificuldade financeira que levou Aiglon para a França, em 2015, com a família. Antes, já tinha conhecido Paris somente com a esposa, durante período que passaram lá, logo depois de casar.
“Foi, inclusive, a venda do Chevette que ajudou a pagar as passagens da família para a mudança. Vendi para meu sogro, para que o carro ficasse na família, e recomprei assim que pude”, relatou o dono do Chevette.
Após a recompra do carro, Aiglon iniciou a missão de levá-lo para a França. A pandemia dificultou o processo e o Chevette acabou ficando com o pai dele, que também é mecânico e cuidou do veículo.
“Em setembro deste ano, depois de esparar mais um carro para conseguir dividir o container que ia levá-lo para Paris, consegui. Em 12 de novembro deste ano, meu ‘carro de estimação’ chegou”, narrou Declie.
Foram necessárias algumas adaptações para que o carro pudesse rodar dentro da legislação local e, depois disso, o levou para dar um passeio. Foi aí que fez a foto nos arredores de pontos turísticos famososo de Paris, como o Arco do Triunfo, e publicou no Facebook.
Com a conquista da norma europeia para rodar, Aiglon também foi atrás da certificação europeia e vai emplacá-lo na França, com cadastro na Federação Francesa de Veículos de Época. Em Belo Horizonte, Aiglon já tinha uma loja de acessórios veiculares e gostava de carros turbos. Esse mesmo Chevette, inclusive, já foi “turbinado”.
E a paixão por carros vem de família. Outros modelos antigos de Chevette já passaram pelas mãos do pai e do avô dele.