Existem pessoas que não economizam dinheiro nem disposição para cuidar do próprio carro. Se tais cuidados seguirem à risca o plano de manutenções do veículo, provavelmente ele vai durar mais e você vai evitar, lá adiante, problemas graves e caros de consertar.
Contudo, há proprietários que exageram no carinho ou cuidam do jeito errado, Além do desperdício de tempo e dinheiro, há práticas cujo efeito é o oposto do desejado e trazem danos ao amado veículo.
Confira cinco exemplos e evite-os:
1 – Polimento da pintura tem limite
Não há problema algum em lavar o carro nos fins de semana e passar aquela cera caprichada na pintura, desde que o veículo esteja na sombra, para prevenir o aparecimento de manchas.
Também é fundamental usar produtos adequados para esse tipo de cuidado, incluindo esponja e pano de microfibra.
Porém, mesmo se você tiver o conhecimento técnico, saiba que polir a pintura não é algo para se fazer com frequência.
Vale destacar que polimento é uma ação retificadora, para uniformizar, recuperar o brilho e remover imperfeições.
Como o procedimento remove parte da camada de verniz, ele tem um limite. Existem carros que não toleram mais que três polimentos.
2 – Colocar aditivo no óleo ou no combustível
Esse serviço, muitas vezes ofertado em postos de combustível com a promessa de “limpar” o motor e melhorar o consumo e o desempenho, é desnecessário e em alguns casos pode até causar danos, alerta o engenheiro e consultor automotivo Francisco Satkunas.
“Tanto o combustível quanto o óleo lubrificante já são certificados e vendidos com a formulação necessária para proporcionar o funcionamento ideal do motor”, afirma.
3 – Limpeza ‘preventiva’ dos bicos injetores
“Hoje não está prevista a limpeza de bicos injetores no plano de manutenção, ao menos nos manuais que eu já consultei. Desconheço montadoras que recomendam a prática ao atingir determinada quilometragem”, afirma Erwin Franieck, da SAE Brasil.
Franieck diz que nunca solicitou o serviço e até hoje nenhum dos veículos que já teve necessitou do serviço.
4 – Encher tanque até a boca para evitar pane seca
O manual do proprietário deixa bem claro: rodar com o tanque constantemente na reserva não é benéfico para o carro, pois, além de trazer risco de pane seca, que pode causar danos mecânicos e rende multa de trânsito. O consumo também sobe nessa situação.
Para evitar o problema, há motoristas que preferem encher o tanque o máximo possível, até quase transbordar – ainda mais em tempos de reajustes sucessivos dos combustíveis. Contudo, a estratégia igualmente não é recomendada e quem sofre com isso é o carro.
“Encher o tanque até o bocal danifica o cânister, que é filtro com carvão ativado responsável por reter os gases provenientes da evaporação do combustível. Esse filtro, geralmente localizado próximo ao tanque, é encharcado, perdendo toda sua eficiência”, alerta o engenheiro Everton Lopes.
5 – Descarbonização do motor
A limpeza química da parte interna de motores, conhecida como “flush”, é um serviço que promete melhorar o consumo e também a performance.
A técnica utiliza produtos que podem ser adicionados diretamente no tanque ou no cárter, com o objetivo de remover a carbonização naturalmente causada pela queima do combustível e do lubrificante consumido no processo.
Segundo Everton Lopes, a prática pode causar danos no lugar de benefícios – especialmente em veículos bastante rodados e que não costumam ser abastecidos com combustível aditivado.
Segundo ele, o “flush” é capaz de danificar componentes internos, como bronzinas, anéis e camisa do pistão, trazendo risco até de travamento do propulsor – o que exigiria uma retífica.
Segundo o especialista, o ideal, nesse caso, é desmontar o propulsor e efetuar limpeza mecânica com escova e produto específico, de forma a retirar todos os resíduos antes de montá-lo novamente e colocá-lo para funcionar.
Com informações de UOL